domingo, 7 de junho de 2015

Quintas... e mais quintas.


A região foi outrora habitada pelos árabes, antes da Reconquista, existindo dados conhecidos sobre a Pontinha apenas a partir do século XIV.
Nos seus primórdios, era apenas aglomerado de muito fraca densidade populacional, banhado pelo rio da Costa que tem a sua nascente no Casal do Castelo. Teria na sua proximidade um cais de embarque –  ’Porto da Paiã’ -, através do qual eram recebidos e escoados os víveres produzidos para o abastecimento de Lisboa, o que na época originou o desenvolvimento da região.
A Pontinha pertenceu ao Concelho de Belém, criado por Decreto de 11 de setembro de 1852, passando em 1886 para o Concelho dos Olivais, o que durou apenas alguns meses, dada a criação do Concelho de Loures em 26 de julho de 1886, delimitado na época com a construção da Estrada Militar ou Fiscal, para mais fácil cobrança de impostos de consumo.
A localidade da Pontinha está ligada às quintas e famílias nobres. Durante os séculos XVII e XVIII prosperaram as quintas e aí se instalaram, sobretudo para fins de veraneio, notáveis famílias da nobreza e representantes do clero.
A Quinta da Pontinha existe, pelo menos, desde 1657. O seu nome foi mudando ao longo dos séculos, de acordo com os seus proprietários.
No início do século XVIII era conhecida por Quinta dos Brasileiros (dado os seus proprietários à época terem enriquecido nessa antiga colónia), e após várias mudanças de propriedade fica conhecida em 1796 por Quinta dos Valadares. Só no século XIX passa a ser conhecida pelo atual nome — Quinta da Pontinha.
Toda esta área estava dividida em quintas e casais, de que perduraram ainda alguns nomes, como Casal do Falcão onde viveu o pintor Vieira Lusitano (1609-1783), Quinta da Paiã, Casal Novo, Casal de Azeitão, Quinta da Pentieira, Quinta do Enforcado e tantas outras.
Os lisboetas dos séculos XVIII e XIX vinham à Paiã, conhecida como um autêntico pulmão, em busca de ar puro. Personalidades e famílias ilustres descansavam aqui da vida citadina, das saídas para os teatros e para as festas da capital. O Marquês de Pombal era um notável frequentador de uma das casas locais, propriedade de um diplomata do Rei da Prússia.
O povoamento, outrora disperso devido à concentração da população nos grandes centros urbanos, tem vindo a ocupar os espaços disponíveis, ligando entre si as várias quintas com as novas urbanizações e bairros de génese ilegal, que entretanto têm vindo a ser regularizados com o esforço das populações e o apoio da administração local.
A 28 de junho de 1971, o Patriarca de Lisboa criou a Paróquia da Pontinha, que assim se destacou da Paróquia do Santíssimo Nome de Jesus de Odivelas. Todo o passado da vida religiosa da área da Pontinha está ligado à Freguesia de S. Lourenço de Carnide e não a Odivelas — a integração nesta última deveu-se a uma questão meramente administrativa quando, em 1886, se traçaram os novos limites do Concelho de Lisboa.
Esta Paróquia passou a ter sede na Capela da Sagrada Família, que é hoje a Igreja Matriz e onde se podem apreciar os belos vitrais da autoria de Júlio Pomar.

(retirado de: http://jf-pontinhafamoes.pt/pontinha/historia/pontinha/)

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