Diz o adágio popular: "Cada terra com o seu uso... cada roca com o seu fuso". Também por esta região se comemora (ou comemorava) o dia da espiga.
O
Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-feira da Ascensão, é uma data móvel que
segue o calendário litúrgico cristão. Mas, se atualmente poucas são as pessoas
que ainda vão ao campo nessa quinta-feira, abandonando as suas obrigações, para
apanhar a espiga, ou que se deslocam às igrejas para participar nos preceitos
religiosos próprios da data, tempos houve em que, de norte a sul do país, esta
foi uma data faustosa, das mais festivas do ano, repleta de cerimónias sagradas
e profanas, que em muitas zonas implicava mesmo a paragem laboral. A antiga
expressão “no Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos” deriva dessa
tradição.
A Igreja de Roma, à semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e esta atravessa os tempos com uma dupla aceção: como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, como o nome indica, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias; e como Dia da Espiga, ou Quinta-feira da Espiga, esta traduzindo aspetos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.
A Igreja de Roma, à semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e esta atravessa os tempos com uma dupla aceção: como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, como o nome indica, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias; e como Dia da Espiga, ou Quinta-feira da Espiga, esta traduzindo aspetos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.
O
Dia da Espiga é então o dia em que as pessoas vão ao campo apanhar a espiga, a
qual não é apenas um viçoso ramo de várias plantas - cuja composição, número e
significado de cada uma, varia de região para região –, guardado durante um
ano, mas é também um poderoso e multifacetado amuleto, que é pendurado, por
norma, na parede da cozinha ou da sala, para trazer a abundância, a alegria, a
saúde e a sorte. Em muitas terras, quando faz trovoada, por exemplo, arde-se à
lareira um dos pés do ramo da espiga para afastar a tormenta.
Não obstante as variações locais, de um modo geral, o ramo de espiga é composto por pés de trigo e de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia, de oliveira, videira, papoilas, malmequeres ou outras flores campestres. E a simbologia de cada planta, comummente aceite, é a seguinte: o trigo representa o pão; o malmequer o ouro e a prata; a papoila o amor e vida; a oliveira o azeite e a paz; a videira o vinho e a alegria; e o alecrim a saúde e a força.
Não obstante as variações locais, de um modo geral, o ramo de espiga é composto por pés de trigo e de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia, de oliveira, videira, papoilas, malmequeres ou outras flores campestres. E a simbologia de cada planta, comummente aceite, é a seguinte: o trigo representa o pão; o malmequer o ouro e a prata; a papoila o amor e vida; a oliveira o azeite e a paz; a videira o vinho e a alegria; e o alecrim a saúde e a força.
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