Em
todas as terras havia, não sei se ainda existem, uns homens que andavam sempre
com uma “sacola” de sarapilheira às costas. Também por aqui existiram, em tempo
já idos, personagens semelhantes. Os tempos eram outros e uma forma de alguns
homens arranjarem dinheiro era andar de lugar em lugar, de porta em porta, à “cata”
de alguma coisa velha que lhe pudesse render uns “cobres”. Andarilhos da vida
dormiam onde calhava conforme as estações do ano. Alguns acabavam por ficar,
chegada a velhice, num dos lugarejos onde alguém, por certo, lhes daria uma “bucha”
ou um prato de sopa. A sua fisionomia era, em geral, de ar pesado e carrancudo.
Não me admira, hoje, que assim fossem. “Gastos pela vida” pouca, ou nenhuma,
razão teriam para andar de cara risonha.
Desde
que me lembro, o “homem do saco” era uma figura utilizada pelas mães, e ou avós,
para fazerem prevalecer as suas razões.
-
Se não comeres a sopa chamo o “homem do saco” e ele leva-te!...
Coitado do “homem do saco”… pouco lhe importaria
se a criança quisesse ou não… comer a sopa!..
Adaptação
do poema por Alexandre O'Neill
Poema (original) e musica de Joan Manuel Serrat
Poema (original) e musica de Joan Manuel Serrat
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