sexta-feira, 29 de maio de 2009

Memorial de Odivelas (III)



A hipótese do monumento ser coevo de D. Diniz é a que apresenta mais raízes populares, além de ser defendida pela maioria dos autores, usando da argumentação seguinte:

- A arquitectura e os arcos tribulados são da época de D. Diniz. Idênticos arcos são usados na decoração do seu túmulo.

- A citada cruz floreteada é uma estlização e é igual a tantas outras que nos séculos XIII, XIV e XV encimavam as igrejas da época. Ela não representa mais que o símbolo supremo do cristianismo, não se identicando com a cruz de Aviz.

- O grande número de castelos existentes no escudo real era corrente no tempo de D. Diniz, pois ali mesmo, no seu Paço de Odivelas onde se ergeu o Convento, figuravam 24 castelos no escudo real.

O autor Mário Guedes Real que, embora mantendo a hipótese do monumento ser coeva de D. Diniz, sugeriu uma utilização ainda não mencionada, a de que “não é mais do que um simples cruzeiro monumental, um padrão de couto, demarcando os limites territoriais na área jurisdicional do Mosteiro”.
A favor deste autor reconhecem-se dois elementos válidos. Primeiro a historiografia do Mosteiro de Odivelas que pertenceu à Ordem de Cister, regista a sua fundação em terrenos onde D. Diniz possuía um couto, englobando a antiga Quinta da Memória e os Pombais, tendo sido doado com outros bens, à referida ordem. O segundo elemento é de qu, os outros locais de Portugal, onde a Ordem de Cister possui coutos, podemos encontrar marcos ou arcos semelhantes ao de Odivelas, como por exemplo, em Alcobaça.


IN: "O Memorial" - Junta de Freguesia de Odivelas 1997 - paginas 6 e 7.

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