quinta-feira, 29 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Odivelas - vila
Desconheço a data da foto mas, não haja dúvida, será do inicio do sec. XX. Reconhece-se a igreja, a casa onde hoje está a "Patelaria Faruk"e o largo do Mosteiro ainda em terra. Este foi o núcleo a partir do qual Odivelas nasceu.
Foto retirada do facebook página: "Odivelas de Outros Tempos".
Foto retirada do facebook página: "Odivelas de Outros Tempos".
domingo, 25 de novembro de 2012
Marmelada branca de Odivelas.
A
marmelada é um doce confeccionado em todo o país.
A
marmelada branca é um doce exclusivo de Odivelas, tendo sido confeccionado no
mosteiro das Bernardas, que sempre guardaram o segredo que lhes permitia obter
um doce de cor muito clara, próximo do branco, mas não exactamente branca.
A
marmelada branca era oferecida aos convidados e visitadores desta comunidade
nos dias festivos, sobretudo nos outeiros organizados pelas freiras e aos quais
acorriam os cortesãos e poetas.
Nestas
ocasiões a marmelada oferecida tinha a forma de quadradinhos e pegava-se nela à
mão como qualquer bolo seco.
O
segredo só foi desvendado depois da morte da última freira, em finais do século
XIX, quando faleceu a última freira, porque ela deixou um caderno de receitas
escrito pela sua mão a uma sua afilhada, onde além de muitos outros doces deste
mosteiro estava escrita a receita da marmelada branca.
É
um documento que garante a autenticidade da marmelada branca. Todas as
variantes, mesmo com poucas alterações, são aproximações… Apareceram algumas
pessoas que afirmam fazerem esta marmelada e estão sinceramente convencidas
disso, mas se cotejarmos as receitas verificamos que há diferenças, às vezes
ligeiras, mas que são suficientes para serem apenas imitações, embora seja
também de boa qualidade e até muito parecida.
Que
é um doce com origem no mosteiro de Odivelas e que apenas esta marmelada era
famosa, basta citarmos alguns autores que referindo-se aos doces de vários
conventos, só mencionam a marmelada quando falam das bernardas de Odivelas.
Em
abono do que afirmo, aconselho a consulta das seguintes obras, de que vou fazer
transcrições:
1
. – As minhas queridas freirinhas de Odivelas; autor – Manuel Bernardes Branco
(pags 15 a 21); “E era então que as freiras mostravam até à evidência…..quão
peritas eram na arte de fazer doces, na qual não tinham rivais na composição
dos famosíssimos e dulcíssimos:
Manjar
real, manjar branco, suspiros, marmelada, esquecidos, bolo
podre.”
2
. – O Mosteiro de Odivelas, casos de Reis e memórias de Freiras; autor – A. C.
Borges de Figueiredo (pags 45): “Nesta cozinha, ampla e bem disposta, variadas
doçarias se manipulavam: a famosa marmelada, os apreciados fartens, os
saborosos esquecidos….os elevados penhascos, o celebrado tabefe…..”
3
. – Depois do Terramoto, subsídios para a História dos Bairros ocidentais de
Lisboa, volume III, (pags 425 a 427): “Mas a todas levavam as lampas as
bernardas ricas de Odivelas. As galantes e aristocráticas freirinhas….foram
inatingidas no fabrico da marmelada – a sua coroa de glória…..”
4
. – O livro das receitas da última Freira de Odivelas, com actualização e notas
de Maria Isabel de Vasconcelos Cabral (receita n.º 14).
Este
livro é a transposição para português actual, das receitas manuscritas pela
freira.
Vou
transcrever a receita, tal como está manuscrita pela última freira, no seu
caderno: “Marmelada branca
Vão-se
esbrugando os marmelos e deitando-os em água fria. Põe-se a ferver em lume
brando, estando bem cozidos se passam por peneira. Para 1kg de massa 2kg de
açúcar em ponto alto de sorte que deitando uma pinga n´agua coalhe; tira-se o
tacho do lume e se lhe deita a massa muito bem desfeita com a colher, torna ao
lume até levantar empolas. Tira-se para fora e se bate até esfriar, para se pôr
em pratos a secar.”
Esta
é que é a receita das freiras.
Chamo
à atenção para não ser totalmente exacta a transcrição que vem no livro editado
pela Verbo.
Enquanto
que a freira diz que era deitada em pratos, a pessoa que transcreveu diz que se
deita em taças, mas não é a palavra taças que vem na receita.
Este
pormenor revela um certo desconhecimento em relação à forma que a marmelada ia
ter para ser oferecida aos convidados. O prato permitia que depois de seca
fosse partida em quadrados que seguidamente se iam virando para secar em todas
as faces de forma a ser pegada à mão como os bolos. Se fosse deitada em taças
isso não seria fácil.
A
marmelada branca não era para barrar pão, mas para se comer como um bolo.
O
segredo é este – escolhiam-se marmelos ainda com a cor verde, descascavam-se e
iam-se logo metendo em água fria para não escurecerem.
O
peso do açúcar era o dobro do peso da massa de marmelo. (ver a receita
manuscrita).
Só
assim a marmelada ficava com uma cor muito clara.
Duas
razões para a marmelada branca ser exclusiva de Odivelas:
1.º
a receita manuscrita pela freira é prova mais que suficiente;
2.º
ser referida pelos escritores (que falam de doces conventuais), apenas em
Odivelas.
Lamento
decepcionar aqueles que fazem reportar a marmelada aos tempos do rei D. Dinis.
Nesse tempo ainda não se fazia marmelada, nem sobremesas doces.
O
açúcar era um produto muito caro e raro, considerado uma iguaria e até
medicamento, sendo o seu uso muito restrito. Figurava em testamentos de reis e
de altos dignitários, como dádiva de valor.
Pensa-se
que a cana de açúcar seja originária da Índia e até ao século XIII foi pouco
divulgada na Europa. A difusão deste produto exótico deve-se aos árabes. Na
Idade Média, o preço e a quantidade em circulação, fizeram dele um privilégio
de ricos. Foram os portugueses que “democratizaram” o seu uso, quando se passou
a produzir em grandes quantidades no Brasil, de 1530 a 1640, aumentando sempre
a produção daí em diante. O cultivo que antes se tinha feito no Algarve,
Madeira e Açores, não foi suficiente para se tornar um produto de consumo
corrente, acessível a todas as bolsas. Só os engenhos brasileiros produziram
“para todos”.
Sendo
a marmelada um produto “popular”, só pode aparecer depois de o açúcar também
ser popular.
Admito
que as freiras terão iniciado um processo de aperfeiçoamento que chegou a
distingui-la da vulgar marmelada. Elevaram-na à categoria de ser digna de ir à
mesa de reis e nobres, mas D. Dinis nunca comeu marmelada, nem mesmo a
“marmelada branca”.
Dra.Maria Máxima Vaz
retirado de: http://odivelas.com/2010/03/21/marmelada-branca-de-odivelas/
Receita
manuscrita da marmelada de Odivelas
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Antiga Casa da Marmelada de Odivelas.
Hoje é... Uma Agência Funerária!... Ironias do destino...
Imagem retirada do facebook. Página "Odivelas de outros tempos".
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Encontro de Jogos de Tabuleiros na SMO.
Vai realizar-se no próximo dia 24 de Novembro, sábado,
das 17,30 2s 24h, na Sede
da SMO e vamos explicar-lhe ja, ja o
que e!
0 que e o Encontro de Jogos de Tabuleiro?
E um encontro com o objetivo de conviver enquanto se
jogam jogos de tabuleiro. 0 ambiente e de descontração.
A quem se destina?
0 encontro e de caráter publico, pelo que qualquer
pessoa e sempre bem-vinda. Saber as regras dos jogos não é um requisito! Haverá
sempre alguém disponível para as explicar rapidamente.
Tenho de me inscrever? Paga-se alguma coisa?
Não é necessário realizar nenhum tipo de inscrição
nem pagamento, e só mesmo aparecer.
Que jogos se jogam?
Existem sempre jogos de todos os géneros: de
tabuleiro, só de cartas, uns mais simples, outros mais complexos, todos eles com
os mais variados temas. Uma coisa e certa, a diversão é garantida pois não será
difícil encontrar jogos adaptados aos seus gostos, sendo cada encontro uma
oportunidade de conhecer jogos novos.
Mas os jogos são de quem?
0s jogos disponíveis são trazidos voluntariamente
por alguns dos participantes. Também você pode trazer jogos que queira jogar no
encontro.
Relembrem-me lá entre que horas é o encontro?
Neste primeiro encontro o horário será das 17,30h às 24,00h. Dentro desse horário pode
aparecer quando quiseres e ficar quanto tempo quiser.
domingo, 18 de novembro de 2012
Famões na história.
O povoamento da área que hoje é a Freguesia de Famões remonta a épocas
pré-históricas, havendo vestígios de ocupação humana pelo menos em datas que se
podem situar no 5.º milénio antes de Cristo.
Cerca de 1912, o investigador Vergílio Correia dava conta da existência de
duas estações arqueológicas em Famões, uma delas em terrenos dos Alvitos, de
que hoje não se conhecem vestígios.
Na década de 1920, Francisco Ribeiro, um amador de Arqueologia, fotografou e escavou quatro dólmens que descobriu na zona dos Trigaches. E foi já na década de 1960 que estes monumentos foram mais profundamente estudados e catalogados pelos especialistas Octávio da Veiga Ferreira e Vera Leisner, que encontraram inúmeros vestígios megalíticos na área que denominaram Necrópole dos Trigaches.
Infelizmente, por incúria ou outras razões, destes monumentos pré-históricos
resta apenas o espólio recolhido pelos investigadores, que actualmente faz
parte do Museu dos Serviços Geológicos, em Lisboa.
Em períodos anteriores ao séc. XVIII, Famões deveria ser um pequeno casal
agrícola (igual a tantos outros existentes na mesma região), tal como aparece
mencionado na confirmação de um aforamento feito pela Chancelaria de D. Afonso
V, em 1457. Nessa época, o casal de Famãees - assim era denominado este
"casal de pão" - pertencia à Gafaria de Almada (um hospital que acomodava
os gafos ou leprosos) e andava aforado ao tanoeiro Lopo Fernandes que o doou a
Beatriz Lourenço, os dois moradores em Lisboa (Chancelaria de D. Afonso V,
Livro 7 - Estremadura, fl. 56 v. e 57 f.). Esta é a primeira notícia que até
hoje foi possível encontrar relativa ao sítio de Famões. A partir do séc.
XVIII, o nome de Famões começa a ser mais comummente fixado em numerosos
documentos. Na Chorographia do Padre António de Carvalho (1712), Famões aparece
como um lugar, a par dos Pombais, entendendo-se um lugar como um aglomerado de
alguns (poucos) casais agrícolas. Nas Memórias Paroquiais de 1758, o pároco
refere que no lugar de Famões habitavam 44 pessoas.
Pelos registos da Décima da Cidade (um documento fiscal do período
pombalino), sabemos que o casal de Famões propriamente dito andava na posse de
um Manuel Francisco Camello, que ainda nessa altura tinha obrigações fiscais
com a Misericórdia de Almada, instituição onde os bens da Gafaria deverão ter
sido incorporados. Sobre a origem etimológica do nome de Famões pouco hoje se
poderá dizer. A sua originalidade é quase única, existindo apenas uma outra
localidade homónima no concelho do Bombarral.
Apesar de serem hoje mais excêntricos e, por esse mesmo motivo, terem
perdido a relativa importância que antes tinham, mantêm-se desde os finais da
Idade Média vários sítios ou lugares na toponímia actual. Estão neste caso o
sítio dos Alvitos (hoje Quinta do Alvito), um lugar alto, de atalaia sobre o
vale circundante; o Trigache, um lugar que poderá ter adquirido o nome a partir
de um certo tipo de trigo, produção abundante na região; o sítio dos Queimados
(hoje Casal das Queimadas), provavelmente um topónimo que poderá ter estado
ligado à existência de gente de tez escura, ou mesmo negra; sítios que
adquiriram o nome da paisagem, como muito provavelmente aconteceu com os
Campos, os Carrascos, o Outeiro, a Silveira, o Saramagal, ou da orografia, como
se nota na Barroca, no Cabeço do Bispo; por fim, lugares que obtiveram o seu
nome da gente famosa que os deu em arrendamento, como o sítio das
Comendadeiras, a Quinta do Abadesso ou a Quinta das Pretas d’El Rei.
retirado de: http://www.juntafreguesiafamoes.pt/default.aspx?id=2
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Fontainhas.
A
Fonte das Fontaínhas é de caráter público municipal, e desde sempre abasteceu a
população de Caneças.
As
referências datadas de 1888, permitem considerar esta fonte como a mais antiga
de Caneças.
Tem
como nascente a Ribeira das Águas Livres, e após a construção do aqueduto das
Águas Livres - que se inicia neste local, perde a sua força e é transformada em
lavadouro público.
O
aspeto atual desta fonte, decorre das obras realizadas em 1910 e 1932; no
entanto, a exploração e venda das suas águas não é autorizada pela antiga
Direção Geral de Minas e Serviços Geológicos, após pedido efetuado em 1938.
Em
1989, foram efetuadas obras de limpeza e restauro, tendo sido construídas
algumas infraestruturas de apoio aos visitantes, nomeadamente parque de
merendas, parque infantil, instalações sanitárias e estacionamento.
retirado de:
http://www.cm-odivelas.pt/Concelho/LocaisInteresse/FntFontainhas/index.htm
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
São Martinho... na SMO.
São
Martinho é festejado a 11 de Novembro, dia em que por tradição se prova o vinho
novo, pois São Martinho é pretexto para molhar a goela. Reza a tradição que em
383, São Martinho de Tours, solicitou ao imperador Máximo ajuda material para a
construção de um convento. Foi bem recebido pelo imperador e participou num
banquete com os membros da corte. No banquete bebeu-se em demasia e foram
tantas as bebedeiras que o banquete foi desde logo, classificado como
martinhada. Segundo consta, esta terá sido a origem de São Martinho ser o
patrono dos bêbados, embora nada permita afirmar que tenha sido daqueles que se
excederam na bebida.
Nos meus tempos de juventude a ida a Montemor provar a água-pé, por altura do São Martinho, era quase como que uma obrigatoriedade. O pessoal juntava-se e íamos até à tasca de Montemor que a foto em baixo representa.
Nos meus tempos de juventude a ida a Montemor provar a água-pé, por altura do São Martinho, era quase como que uma obrigatoriedade. O pessoal juntava-se e íamos até à tasca de Montemor que a foto em baixo representa.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Picota.
Nos anos 60, do século passado, esta picota fazia parte da paisagem de Odivelas. Servia para regar as hortas nos terrenos contíguos à estrada de Odivelas - Senhor Roubado. Hoje não passa de uma foto e de uma memória que ficou...
Foi retirada do Arquivo Municipal de Lisboa
“Picota
- shadoof, shaduf, dhenkli, picottah or counterpoise-lift[ é uma palavra árabe
(شادوف, šādūf); também antigamente chamada pelo nome grego (κήλων ou κηλώνειον,
kēlōn or kēlōneion) que designa uma ferramenta de irrigação. A tradução mais
comum para o inglês é swap.
Caracterização
É
constituída por dois pedaços longos e articulados de madeira, um deles na
posição vertical e firmemente preso ao terreno. O outro, perpendicular ao
primeiro, tem numa extremidade um peso e no outro um recipiente para a água.
Baixa-se o recipiente ao poço e o peso na outra extremidade ajuda a içar o
recipiente.
História
Foi
originalmente desenvolvida na antiga Mesopotâmia, e aparece em um selo de Sargão
de Akkad de 2000 AC. Ainda é usado em muitas áreas da África e Ásia, e até
mesmo em várias quintas em Portugal.”
Retirado
da Wikipédia.
Etiquetas:
Estrada Odivelas - Senhor Roubado
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Dia de "Pão por Deus".
"Antigamente
todas as pessoas, tradicionalmente, iam pedir o Pão-por-Deus porque
havia muita pobreza e havia mesmo necessidade de pedir.
Normalmente
as pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida), e quando
chegavam os pobres, entravam e comiam à vontade e à saída ainda lhes davam mais
alguma coisa.
Hoje,
em muitas aldeias, só pedem as crianças para que se mantenha a
Tradição.
Depois, almoça-se e vai-se ao cemitério pôr flores nas Campas dos Familiares já falecidos.
Depois, almoça-se e vai-se ao cemitério pôr flores nas Campas dos Familiares já falecidos.
Na
Tradição Portuguesa o Pão-por-Deus era guardado num saquinho de pano, que
tempos antes, as mães ou as avós preparavam com todo o cuidado com uma
sobra de chita de algum trabalho de costura.
Havia até mulheres simpáticas que confeccionavam
para oferecer nesta época, uns bolos, as Ferraduras, que ainda hoje se cozem,
com um agradável sabor a Erva-Doce, assim como Broas, para comerem e dar às
crianças que lhes batiam à porta."
retirado de:
Também eu fui criança e também andei ao "pão por Deus". Não por necessidade (felizmente) mas por que era tradição. Apesar dos meus pais serem pobres nunca passei fome... nem andei descalço. Comi muita vez "açorda" é certo e não tinha quase brinquedos mas... tinha amigos com quem jogava à bola, ao berlinde, ao pião e tantos outras "coisas". E era com eles que ia também ao "pão por Deus". E era engraçado...
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