Retirado de: http://montemor-loures.blogspot.com/
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Tascas IV
Reparem no pormenor do garrafão pendurado à porta do lado esquerdo.
(foto anos 60 do Arquivo Fotográfico da CMLisboa)
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
As Tascas.
"O Escondidinho" (foto minha 2005)
Eram seis da tarde e a essa hora entra na Tasca, com cara de poucos amigos, o Péliosso. Manda vir um penalty. Enquanto estava a emborcar o dito cujo, manjou que na mesa do fundo estavam sentados o Bezanas, já com uma grande cadela, juntamente com o Mônas e o Jaimeta, estes dois recentemente "empregados" no Pinheiro, agora de precária. Quando viram o Péliosso frosquinaram de fininho, deixando o Bezanas de ladecos. O Péliosso, todo janado, provoca o Bezanas e diz-lhe: "Ó xibo de merda, não dás à sola meu granda porco? Foste-te abrir prá tua mula que fui eu que fiz o otário". E vai daí arrefinfa-lhe um ABRUNHO no TROMBONE.
Os outros mangas que estavam a assistir a estes dois CARAMELOS partiam o coco a rir. O Bezanas, que também não é boa rês, vai de embute e começa a aviar o Péliosso. Deu-lhe com o penalty e abriu-lhe a CHAVETA. Já com algum sangue à mistura, o Galego, à rasca com tanta ALGAZARRA, apita prá bófia. Estes, quando apareceram, os mangas acalmaram, foram embrulhados e metidos na ramona. Foi tudo pró XELINDRÓ da Judite. E ficaram a chonar, até amanhã ser dia.
À saída ficaram bons amigos.
Retirado de: http://tascadogalego.blogspot.com/2009/03/cenas-giras.html
Desde muito novo tive a noção do que era uma "Tasca". Geralmente, o meu pai e os seus amigos, juntavam-se ao fim do dia de trabalho e bebiam um "copo de 3" na tasca do "Ti Mateus". Entre comentários do que tinha sido o dia ou da vitória do clube no domingo anterior os operários "matavam a sede" antes de entrarem em casa...
Aos domingos eram as "jogatanas" de dominó e "bisca lambida" ao som do "relato de futebol" que a telefonia, já um pouco roufenha", mandava "cá para fora".
Foi assim que desde miúdo assisti a várias "cenas" que ocorriam naqueles espaços de convívio. Passados que são estes anos todos ainda subsistem algum desses locais "emblemáticos" em Odivelas e não só...
O primeiro significado que aparece para a palavra tasca em vários dicionários de Português é efeito de tascar. Ora, tascar significa tirar o tasco de linho (o quer que seja que isso signifique), mas também comer, quando usado num contexto mais popular. Imediatamente a seguir aparece a definição de tasca como casa de comidas e bebidas servidas a baixo preço, com o sinónimo de taberna.Após uma pesquisa a taberna, descobri que quer dizer loja onde se vende vinho a retalho, mas também casa de comidas e bebidas servidas a baixo preço, com o sinónimo de tasca.
Parece-me que estamos num beco sem saída, pois uma palavra é sinónimo da outra e vice-versa.
Parece-me que estamos num beco sem saída, pois uma palavra é sinónimo da outra e vice-versa.
Retirado de: http://tascasdeportugal.blogspot.com/
Na Tasca do Galego houve castanhada
Na Tasca do Galego houve castanhada
Eram seis da tarde e a essa hora entra na Tasca, com cara de poucos amigos, o Péliosso. Manda vir um penalty. Enquanto estava a emborcar o dito cujo, manjou que na mesa do fundo estavam sentados o Bezanas, já com uma grande cadela, juntamente com o Mônas e o Jaimeta, estes dois recentemente "empregados" no Pinheiro, agora de precária. Quando viram o Péliosso frosquinaram de fininho, deixando o Bezanas de ladecos. O Péliosso, todo janado, provoca o Bezanas e diz-lhe: "Ó xibo de merda, não dás à sola meu granda porco? Foste-te abrir prá tua mula que fui eu que fiz o otário". E vai daí arrefinfa-lhe um ABRUNHO no TROMBONE.
Os outros mangas que estavam a assistir a estes dois CARAMELOS partiam o coco a rir. O Bezanas, que também não é boa rês, vai de embute e começa a aviar o Péliosso. Deu-lhe com o penalty e abriu-lhe a CHAVETA. Já com algum sangue à mistura, o Galego, à rasca com tanta ALGAZARRA, apita prá bófia. Estes, quando apareceram, os mangas acalmaram, foram embrulhados e metidos na ramona. Foi tudo pró XELINDRÓ da Judite. E ficaram a chonar, até amanhã ser dia.
À saída ficaram bons amigos.
Retirado de: http://tascadogalego.blogspot.com/2009/03/cenas-giras.html
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Olival Basto (anos 60)
A Freguesia de Olival Basto, começou por ser um simples lugar da Freguesia de Loures e era constituído essencialmente por um pequeno aglomerado de casas à beira da estrada ao fundo da Calçada de Carriche. Cujo as casas dá-se pelo nome Vila Carinhas, Vila Amália, tendo já desaparecido Vila Cesteiro e Casal da Mota.
Era o primeiro aglomerado populacional com que o forasteiro se deparava ao sair de Lisboa, a caminho de Loures, Malveira, Mafra e Torres Vedras.
Várzeas e terras férteis, com olivais nas colinas, onde outrora coroados de moinhos de vento, ainda em 1822, era navegável o afluente do Rio Trancão que a atravessava, e que agora é conhecido como "Ribeira de Odivelas".
Era nessa época, que vinham de todos os lados homens e mulheres para a apanha da azeitona, aos quais na época lhe davam o nome de malteses.
Foi nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XX, que começaram a formar-se os núcleos de habitação social, que veio a provocar arranque para aquilo que é hoje a Freguesia de Olival Basto, Quinta da Várzea, Quinta da Serra e Cassapia.
Depois de ter pertencido às Freguesias de Loures, Ameixoeira e Póvoa de Santo Adrião, foi no dia 30 de Junho de 1989, Lei 72/89 de 28 de Agosto de 1989, criada a Freguesia de Olival Basto, limitando a Norte com a Freguesia da Póvoa de Santo Adrião, a Nascente com as Freguesias de Frielas e Camarate, a Este com a Freguesia do Lumiar e a Oeste com a Freguesia de Odivelas.
Retirado de: http://www.jf-olivalbasto.pt/
Era o primeiro aglomerado populacional com que o forasteiro se deparava ao sair de Lisboa, a caminho de Loures, Malveira, Mafra e Torres Vedras.
Várzeas e terras férteis, com olivais nas colinas, onde outrora coroados de moinhos de vento, ainda em 1822, era navegável o afluente do Rio Trancão que a atravessava, e que agora é conhecido como "Ribeira de Odivelas".
Era nessa época, que vinham de todos os lados homens e mulheres para a apanha da azeitona, aos quais na época lhe davam o nome de malteses.
Foi nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XX, que começaram a formar-se os núcleos de habitação social, que veio a provocar arranque para aquilo que é hoje a Freguesia de Olival Basto, Quinta da Várzea, Quinta da Serra e Cassapia.
Depois de ter pertencido às Freguesias de Loures, Ameixoeira e Póvoa de Santo Adrião, foi no dia 30 de Junho de 1989, Lei 72/89 de 28 de Agosto de 1989, criada a Freguesia de Olival Basto, limitando a Norte com a Freguesia da Póvoa de Santo Adrião, a Nascente com as Freguesias de Frielas e Camarate, a Este com a Freguesia do Lumiar e a Oeste com a Freguesia de Odivelas.
Retirado de: http://www.jf-olivalbasto.pt/
Imagem : Arq.Fotog CMLisboa
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Olival Basto (1961)
Tal como Odivelas, o Olival Basto pertenceu à Camâra Municipal de Loures. Pode -se dizer que Olival Basto, era um daqueles lugares à beira da estrada, hoje Rua Angola que se caracterizava por uma vasta área de várzeas férteis até às colinas, como era a Quinta da Várzea, Quinta da Serra e parte da Quinta dos Cucos.
foto do Arquivo Fotográfico de Lisboa
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Montemor
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Ajax de... Odivelas
Começou por ser uma brincadeira de amigos, todos casados e com uma ligação desportiva ao futebol. Faziam jogos de futebol e, um dia, resolveram formar um grupo desportivo. Foram 13 os sócios fundadores que deram o nome ao clube e têm agora uma placa de recordação nas suas intalações. 17 de Maio de 1969 ficou marcado pela fundação oficial do clube recreativo do espírito santo – Ajax, uma Associação Recreativa.
O nome era para ser só ajax, o clube holandês que conquistou o título de campeão europeu ao Benfica, em 1968, e que na altura tinha muito sucesso, mas o governo português não o autorizou. No entanto ficou para sempre Ajax.
Chegaram a fazer-se contactos com o verdadeiro Ajax, que autorizou que o nome fosse dado ao Clube do Espírito Santo, e o clube chegou a vir a Odivelas e a enviar postais ilustrados e equipamentos que ainda hoje estão expostos na nossa sede.
O futebol e as excursões turísticas começaram por ser as actividades principais; nos anos 80 teve o seu auge com o atletismo mas foi com o futebol que comecou a dar os primeiros passos como colectividade. Teve boxe,ginástica ritmica,damas,xadrez,karaté,e cicloturismo. As modalides principais foram desaparecendo; hoje mantem a capoeira,dança e cicloturismo. Luis Lopes é o actual presidente da Direcção, sócio há 21 anos ainda se lembra dos tempos em que se faziam grandes eventos como bailes de fim-de-ano, festa de carnaval com os trajes a rigor aonde se elegiam o rei e a rainha, onde na nossa sede se juntavam os sócios e os filhos dos sócios à sexta feira à noite depois de um dia de trabalho para se reunirem num convivio - elas faziam as rendas, eles jogavam às cartas e ao dominó, e os filhos brincavam na rua e quando batiam as 23h30 vinha o esperado pão quente com manteiga, hoje tudo isso acabou. Mas os sócios continuam a aparecer e a juntar-se para uma partida de cartas ou uma conversa de final de tarde.
Hoje todos nos sentimos tristes; em qualquer colectividade se sente desilusão ao ver as coisas como eram e como estão agora e não poder fazer nada, ter mais sócios e mais apoios era uma ajuda que o clube considera valiosa para poder ter mais oferta de modalidades e melhores condições para oferecer. Mesmo assim, e com o esforço da contenção, já foi possivel fazer obras de melhoramento na sala do bar e na de dança e capoeira. Tudo à custa das quotizações pagas pelos cerca de 500 sócios e um grande esforço de poupança, com a ajuda preciosa dos elementos da direcção.
Hoje são esses miudos que brincavam à porta da sede do clube como eu Luis Lopes Presidente da direcção que fazem parte dos corpos gerentes do clube, como é o caso do Vice-Presidente Tiago Fernandes, Paulo Rodrigues Tesoureiro, Miguel Lopes Secretário, Maria do Céu Secretária e professora da nossa escola de dança, na qual se consegue manter mais de 40 crianças em actividade.
O nome era para ser só ajax, o clube holandês que conquistou o título de campeão europeu ao Benfica, em 1968, e que na altura tinha muito sucesso, mas o governo português não o autorizou. No entanto ficou para sempre Ajax.
Chegaram a fazer-se contactos com o verdadeiro Ajax, que autorizou que o nome fosse dado ao Clube do Espírito Santo, e o clube chegou a vir a Odivelas e a enviar postais ilustrados e equipamentos que ainda hoje estão expostos na nossa sede.
O futebol e as excursões turísticas começaram por ser as actividades principais; nos anos 80 teve o seu auge com o atletismo mas foi com o futebol que comecou a dar os primeiros passos como colectividade. Teve boxe,ginástica ritmica,damas,xadrez,karaté,e cicloturismo. As modalides principais foram desaparecendo; hoje mantem a capoeira,dança e cicloturismo. Luis Lopes é o actual presidente da Direcção, sócio há 21 anos ainda se lembra dos tempos em que se faziam grandes eventos como bailes de fim-de-ano, festa de carnaval com os trajes a rigor aonde se elegiam o rei e a rainha, onde na nossa sede se juntavam os sócios e os filhos dos sócios à sexta feira à noite depois de um dia de trabalho para se reunirem num convivio - elas faziam as rendas, eles jogavam às cartas e ao dominó, e os filhos brincavam na rua e quando batiam as 23h30 vinha o esperado pão quente com manteiga, hoje tudo isso acabou. Mas os sócios continuam a aparecer e a juntar-se para uma partida de cartas ou uma conversa de final de tarde.
Hoje todos nos sentimos tristes; em qualquer colectividade se sente desilusão ao ver as coisas como eram e como estão agora e não poder fazer nada, ter mais sócios e mais apoios era uma ajuda que o clube considera valiosa para poder ter mais oferta de modalidades e melhores condições para oferecer. Mesmo assim, e com o esforço da contenção, já foi possivel fazer obras de melhoramento na sala do bar e na de dança e capoeira. Tudo à custa das quotizações pagas pelos cerca de 500 sócios e um grande esforço de poupança, com a ajuda preciosa dos elementos da direcção.
Hoje são esses miudos que brincavam à porta da sede do clube como eu Luis Lopes Presidente da direcção que fazem parte dos corpos gerentes do clube, como é o caso do Vice-Presidente Tiago Fernandes, Paulo Rodrigues Tesoureiro, Miguel Lopes Secretário, Maria do Céu Secretária e professora da nossa escola de dança, na qual se consegue manter mais de 40 crianças em actividade.
Retirado de "O Meu Jornal".
quarta-feira, 29 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
O Coreto de Odivelas – II
É de admitir que antes da construção do CORETO já existisse nos habitantes locais, uma enraizada tradição e gosto musical, como ainda se verifica e é praticado na actual Banda.
Em 1863 é fundada a SOCIEDADE PHILARMÓNICA ODIVELENSE, com sede no actual Largo D. Dinis, cujos estatutos preveem apenas duas qualidades de sócios: os tocantes e os ouvintes. Mais tarde a designação da colectividade é transformada em SOCIEDADE UNIÃO 29 DE JUNHO DE 1863, mas, tal como a primeira, a principal finalidade é a Banda de Música. São estas, em resumo, as origens da actual SOCIEDADE MUSICAL ODIVELENSE.
Não se pode falar desta colectividade sem enaltecer, mais uma vez, o vigor do associativismo e da força de vontade, do poder das pessoas quando unidas com propósitos válidos. Refiro o seguinte facto: a aquisição do terreno e a construção inicial da actual sede foram obra de um grupo de indivíduos que cerca dos anos 1928/29 formaram uma COMISSÃO PRÓ-MELHORAMENTOS e assim custeram o empreendimento das Acções.
A existência desde 1863 de uma Banda de Música em Odivelas, justificava plenamente a ambição de dispôr de um CORETO, não só desejado pelos executantes, pela exigência do aperfeiçoamento musical, mas também pelos “ovintes” como local público e permanente de audição.
Além disso os concertos nos coretos requeriam uma certa qualidade. Nos documentos consultados, refere-se uma despesa especial, em 1833, de pagamento ao mestre, por “toque no coreto”.
Pelos factos citados era importante possui um CORETO e, naturalmente, constatavam-se as tentativas para o obter. Assim, em 12 de Junho de 1889 “A Assembleia reunida, a fim de tratar dos festejos a fazer no dia 29 de Junho, aniversário da Sociedade, resolveu que a Direcção se encarregaria de solicitar à Exmª Câmara de Belém, o empréstimo de madeira e panos dalgum dos coretos que serviam nas festas, a fim de ser armado no Largo do Couto e ali tocar a philarmónica não só no dia 29, ams também aos domingos”.
No que se refere à construção do actual CORETO, pode-se afirmar que se iniciou em 1910 tendo sendo concluido em 1913, como se conclui da “Relação dos subscritores para o acabamento do coreto na Praça D. Dinis em Odivelas”. Foi transferido em 1951/52 para o jardim, onde actualmente se encontra, para no mesmo sitio ser colacada a estátua da Rainha Santa.
Em 1863 é fundada a SOCIEDADE PHILARMÓNICA ODIVELENSE, com sede no actual Largo D. Dinis, cujos estatutos preveem apenas duas qualidades de sócios: os tocantes e os ouvintes. Mais tarde a designação da colectividade é transformada em SOCIEDADE UNIÃO 29 DE JUNHO DE 1863, mas, tal como a primeira, a principal finalidade é a Banda de Música. São estas, em resumo, as origens da actual SOCIEDADE MUSICAL ODIVELENSE.
Não se pode falar desta colectividade sem enaltecer, mais uma vez, o vigor do associativismo e da força de vontade, do poder das pessoas quando unidas com propósitos válidos. Refiro o seguinte facto: a aquisição do terreno e a construção inicial da actual sede foram obra de um grupo de indivíduos que cerca dos anos 1928/29 formaram uma COMISSÃO PRÓ-MELHORAMENTOS e assim custeram o empreendimento das Acções.
A existência desde 1863 de uma Banda de Música em Odivelas, justificava plenamente a ambição de dispôr de um CORETO, não só desejado pelos executantes, pela exigência do aperfeiçoamento musical, mas também pelos “ovintes” como local público e permanente de audição.
Além disso os concertos nos coretos requeriam uma certa qualidade. Nos documentos consultados, refere-se uma despesa especial, em 1833, de pagamento ao mestre, por “toque no coreto”.
Pelos factos citados era importante possui um CORETO e, naturalmente, constatavam-se as tentativas para o obter. Assim, em 12 de Junho de 1889 “A Assembleia reunida, a fim de tratar dos festejos a fazer no dia 29 de Junho, aniversário da Sociedade, resolveu que a Direcção se encarregaria de solicitar à Exmª Câmara de Belém, o empréstimo de madeira e panos dalgum dos coretos que serviam nas festas, a fim de ser armado no Largo do Couto e ali tocar a philarmónica não só no dia 29, ams também aos domingos”.
No que se refere à construção do actual CORETO, pode-se afirmar que se iniciou em 1910 tendo sendo concluido em 1913, como se conclui da “Relação dos subscritores para o acabamento do coreto na Praça D. Dinis em Odivelas”. Foi transferido em 1951/52 para o jardim, onde actualmente se encontra, para no mesmo sitio ser colacada a estátua da Rainha Santa.
Texto retirado de: “O Coreto” – Publicação da Junta de Freguesia de Odivelas (1997)
Fotos minhas.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
O Coreto de Odivelas - I
A memória do povo de Odivelas, como a de todos os povos, não se esgota apenas nos grandes acontecimentos, mas completa-se com este ou aquele pormenor, como é exemplo o asuunto que nos propomos tratar – O CORETO – sobretudo pela ilacção que a sua feitura encerra, pois que resultou da deliberada vontade de pouco mais de meia centena de habitantes que tornaram possível a sua construção, por subscrição pública, num tempo de notórias dificuldades económicas.
Mas antes de divagarmos sobre o étimo CORETO.
Etimoçogicamente, é um diminutivo, significando “pequeno coro, coro para música, armado para festa de arraial”.
A Enciclopédia Italiana também focaliza esta caracteristica dimensional, mas relaciona o termo, apenas com o factor religioso “pequeno coro onde as pessoas podiam assistir à missa – nas igrejas – separadas por gradeamento”.
Lopes Graça atribui-lhe uma versão religiosa e outra profana, sendo a esta que se adapta o CORETO DE ODIVELAS “Tablado fixo ou provisório, que nas praças públicas se levanta para concertos musicais, geralmente das bandas civis e militares”.
Quanto ao motivo e à época em que aparecem os coretos, sabe-se que surgem nos finais do Séc. XVIII, mercê da transformação operada na sociedade de então, por influência da Revolução Industrial que favoreceu o desenvolvimento económico, trazendo novos hábitos às diversas classes sociais.
A época coincide com um alastramento do espirito cultural e associativista que se traduz, na parte musical que nos interessa, na fundação das Sociedades Recreativas e Musicais, com as uas Filarmónicas e Bandas, cuja existência se desenvolve a para da influência e da evolução das Bandas Militares.
Texto retirado de: “O Coreto” – Publicação da Junta de Freguesia de Odivelas (1997)
Mas antes de divagarmos sobre o étimo CORETO.
Etimoçogicamente, é um diminutivo, significando “pequeno coro, coro para música, armado para festa de arraial”.
A Enciclopédia Italiana também focaliza esta caracteristica dimensional, mas relaciona o termo, apenas com o factor religioso “pequeno coro onde as pessoas podiam assistir à missa – nas igrejas – separadas por gradeamento”.
Lopes Graça atribui-lhe uma versão religiosa e outra profana, sendo a esta que se adapta o CORETO DE ODIVELAS “Tablado fixo ou provisório, que nas praças públicas se levanta para concertos musicais, geralmente das bandas civis e militares”.
Quanto ao motivo e à época em que aparecem os coretos, sabe-se que surgem nos finais do Séc. XVIII, mercê da transformação operada na sociedade de então, por influência da Revolução Industrial que favoreceu o desenvolvimento económico, trazendo novos hábitos às diversas classes sociais.
A época coincide com um alastramento do espirito cultural e associativista que se traduz, na parte musical que nos interessa, na fundação das Sociedades Recreativas e Musicais, com as uas Filarmónicas e Bandas, cuja existência se desenvolve a para da influência e da evolução das Bandas Militares.
Texto retirado de: “O Coreto” – Publicação da Junta de Freguesia de Odivelas (1997)
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Memorial de Odivelas (IV)
Os elementos consultados conduzem-nos a admitir que o monumento de Odivelas é coevo de D. Diniz, mas não nos permitem determinar exactamente nem a data da sua construção, nem a primeira finalidade para que foi construido.
Inicialmente poderá ter servido para marco de couto, mas não há dúvida de que serviu a cerimónias fúnebres.
O local, o cimo do outeiro à vista da Igreja do Convento de Odivelas, onde o esperava o túmulo, terá sido aproveitado para a paragem do féretro de D. Diniz, a fim de se organizar o cortejo, de acordo com o ritual do tempo.
Quando da transladação de D. João I, de Lisboa para a Batalha, do mesmo modo, o local e o monumento está relacionado com a natural paragem do féretro dada a proximidade do Convento, onde, naturalmente, a comitiva terá pernoitado.
Contudo torna-se difícil situar exactamente a data da sua feitura, principalmente pelas adulterações que o monumento terá sofrido, nas diversas adaptações às cerimónias em sucessivas épocas, como sempre foi e continua a ser prática corrente a de "lavar a cara" aos locais que vão sendo visitados por "Suas Excelências".
Inicialmente poderá ter servido para marco de couto, mas não há dúvida de que serviu a cerimónias fúnebres.
O local, o cimo do outeiro à vista da Igreja do Convento de Odivelas, onde o esperava o túmulo, terá sido aproveitado para a paragem do féretro de D. Diniz, a fim de se organizar o cortejo, de acordo com o ritual do tempo.
Quando da transladação de D. João I, de Lisboa para a Batalha, do mesmo modo, o local e o monumento está relacionado com a natural paragem do féretro dada a proximidade do Convento, onde, naturalmente, a comitiva terá pernoitado.
Contudo torna-se difícil situar exactamente a data da sua feitura, principalmente pelas adulterações que o monumento terá sofrido, nas diversas adaptações às cerimónias em sucessivas épocas, como sempre foi e continua a ser prática corrente a de "lavar a cara" aos locais que vão sendo visitados por "Suas Excelências".
IN: "O Memorial" - Junta de Freguesia de Odivelas 1997 - paginas 7 e 8.
foto que tirei em 2005.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Memorial de Odivelas (III)
A hipótese do monumento ser coevo de D. Diniz é a que apresenta mais raízes populares, além de ser defendida pela maioria dos autores, usando da argumentação seguinte:
- A arquitectura e os arcos tribulados são da época de D. Diniz. Idênticos arcos são usados na decoração do seu túmulo.
- A citada cruz floreteada é uma estlização e é igual a tantas outras que nos séculos XIII, XIV e XV encimavam as igrejas da época. Ela não representa mais que o símbolo supremo do cristianismo, não se identicando com a cruz de Aviz.
- O grande número de castelos existentes no escudo real era corrente no tempo de D. Diniz, pois ali mesmo, no seu Paço de Odivelas onde se ergeu o Convento, figuravam 24 castelos no escudo real.
O autor Mário Guedes Real que, embora mantendo a hipótese do monumento ser coeva de D. Diniz, sugeriu uma utilização ainda não mencionada, a de que “não é mais do que um simples cruzeiro monumental, um padrão de couto, demarcando os limites territoriais na área jurisdicional do Mosteiro”.
A favor deste autor reconhecem-se dois elementos válidos. Primeiro a historiografia do Mosteiro de Odivelas que pertenceu à Ordem de Cister, regista a sua fundação em terrenos onde D. Diniz possuía um couto, englobando a antiga Quinta da Memória e os Pombais, tendo sido doado com outros bens, à referida ordem. O segundo elemento é de qu, os outros locais de Portugal, onde a Ordem de Cister possui coutos, podemos encontrar marcos ou arcos semelhantes ao de Odivelas, como por exemplo, em Alcobaça.
- A arquitectura e os arcos tribulados são da época de D. Diniz. Idênticos arcos são usados na decoração do seu túmulo.
- A citada cruz floreteada é uma estlização e é igual a tantas outras que nos séculos XIII, XIV e XV encimavam as igrejas da época. Ela não representa mais que o símbolo supremo do cristianismo, não se identicando com a cruz de Aviz.
- O grande número de castelos existentes no escudo real era corrente no tempo de D. Diniz, pois ali mesmo, no seu Paço de Odivelas onde se ergeu o Convento, figuravam 24 castelos no escudo real.
O autor Mário Guedes Real que, embora mantendo a hipótese do monumento ser coeva de D. Diniz, sugeriu uma utilização ainda não mencionada, a de que “não é mais do que um simples cruzeiro monumental, um padrão de couto, demarcando os limites territoriais na área jurisdicional do Mosteiro”.
A favor deste autor reconhecem-se dois elementos válidos. Primeiro a historiografia do Mosteiro de Odivelas que pertenceu à Ordem de Cister, regista a sua fundação em terrenos onde D. Diniz possuía um couto, englobando a antiga Quinta da Memória e os Pombais, tendo sido doado com outros bens, à referida ordem. O segundo elemento é de qu, os outros locais de Portugal, onde a Ordem de Cister possui coutos, podemos encontrar marcos ou arcos semelhantes ao de Odivelas, como por exemplo, em Alcobaça.
IN: "O Memorial" - Junta de Freguesia de Odivelas 1997 - paginas 6 e 7.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Memorial de Odivelas (II)
No caso particular de Odivelas a maioria dos autores opinavam que terá servido apenas como poiso ou paragem de actos fúnebres, mas nunca surgiu a hipótese tumular.
Contudo as opiniões são divergentes entre as duas suposições.
A primeira é a de que o monumento é do século XV e que teria servido na transladação do rei D. Diniz, falecido em Santarém a 7 de Jabeiro de 1325 e que dali viria com destino ao mausoléu que na igreja do Convento de Odivelas o aguardava para a deposição do seu corpo. O monumento continuou a memoriar esse facto.
A segunda suposição diz que terá servido na transladação do corpo de D. João I falecido em 25 de Outubro de 1443 e que de Lisboa transitou para o Mosteiro da Batalha. O monumento teria sido erguido nessa época.
Em defesa da segunda suposição os autores baseiam-se em pormenores da arquitectura, no grande número de castelos – 13 – que guarnece o escudo real e na cruz floreteada que encima o monumento identificando-a com a Cruz da Ordem de Aviz, de que D. João I era Mestre.
IN: "O Memorial" - Junta de Freguesia de Odivelas 1997 - pagina 6.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Memorial de Odivelas (I)
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Mosteiro São Dinis (III)
Uma comunidade dois estatutos
Neste mosteiro viviam senhoras nobres com dois estatutos diferentes – as que professavam e eram freiras e as que nunca fizeram votos e eram simples recolhidas. As três primeiras abadessas estão neste número: D. Elvira Fernandes, D. Constança Lourenço e D. Urraca Pais.
A D. Elvira coube a tarefa de iniciar e organizar a vida desta comunidade, quando aqui se instalaram as primeiras religiosas. Não tive notícia do fim do seu abadessado, mas a 14 de Julho de 1300, já era abadessa D. Constança Lourenço, pois é assinada por ela, uma “constituição” de regras mais brandas, com o acordo do Rei, do Bispo de Lisboa e do Abade de Alcobaça, que igualmente assinaram. Esta D. Constança Lourenço pertencia a uma das mais nobres familias de Portugal e Castela e era irmã de D. Branca Lourenço, Senhora com a qual D. Dinis manteve uma relação amorosa, a quem doou a vila de Mirandela com seus termos, e provável mãe de D. Maria Afonso, cujo túmulo se conserva na Igreja do Mosteiro.
Em 1316 foi eleita pela comunidade D. Urraca Pais, por iniciativa da qual se reformou novamente a “constituição2, mas no sentido de maior rigor e observação da clausura, repondo a disciplina inicial.
No século XVI destacou-se a figura de D. Violante Cabral, familiar de Pedro Álvares Cabral (irmã ou sobrinha), pela boa governação da casa, e mais ainda por se lhe ficar a dever o auto da Cananeia, que Gil Vicente escreveu por encomenda sua e aqui representado em 1534 pela primeira vez.
No século XVII, por certo, a regra perdera todo o seu rigor, pois os ecos que até nós chegaram dão-nos indicios da brandura da regra. Segundo escritos desse tempo, D. Ana de Moura e D. Feliciana de Milão, despertaram o interesse do rei Afonso VI, que no largo do couto, exibia os seus dotes de cavaleiro na lida de touros.
No século XVIII, a todas sobrelevou a conhecida e famosíssima Madre Paula, que entrou no mosteiro com dezasseis anos incompletos. Para D. João V, vê-la e amá-la, foi inevitável. Que esses amores aconteceram, não temos como negá-lo, pois o seu fruto, o Infante D. José, que o rei legitimou e que foi criado com dois irmãos (de pai) em Palhavã.
A D. Elvira coube a tarefa de iniciar e organizar a vida desta comunidade, quando aqui se instalaram as primeiras religiosas. Não tive notícia do fim do seu abadessado, mas a 14 de Julho de 1300, já era abadessa D. Constança Lourenço, pois é assinada por ela, uma “constituição” de regras mais brandas, com o acordo do Rei, do Bispo de Lisboa e do Abade de Alcobaça, que igualmente assinaram. Esta D. Constança Lourenço pertencia a uma das mais nobres familias de Portugal e Castela e era irmã de D. Branca Lourenço, Senhora com a qual D. Dinis manteve uma relação amorosa, a quem doou a vila de Mirandela com seus termos, e provável mãe de D. Maria Afonso, cujo túmulo se conserva na Igreja do Mosteiro.
Em 1316 foi eleita pela comunidade D. Urraca Pais, por iniciativa da qual se reformou novamente a “constituição2, mas no sentido de maior rigor e observação da clausura, repondo a disciplina inicial.
No século XVI destacou-se a figura de D. Violante Cabral, familiar de Pedro Álvares Cabral (irmã ou sobrinha), pela boa governação da casa, e mais ainda por se lhe ficar a dever o auto da Cananeia, que Gil Vicente escreveu por encomenda sua e aqui representado em 1534 pela primeira vez.
No século XVII, por certo, a regra perdera todo o seu rigor, pois os ecos que até nós chegaram dão-nos indicios da brandura da regra. Segundo escritos desse tempo, D. Ana de Moura e D. Feliciana de Milão, despertaram o interesse do rei Afonso VI, que no largo do couto, exibia os seus dotes de cavaleiro na lida de touros.
No século XVIII, a todas sobrelevou a conhecida e famosíssima Madre Paula, que entrou no mosteiro com dezasseis anos incompletos. Para D. João V, vê-la e amá-la, foi inevitável. Que esses amores aconteceram, não temos como negá-lo, pois o seu fruto, o Infante D. José, que o rei legitimou e que foi criado com dois irmãos (de pai) em Palhavã.
Fonte: Páginas 36, 37 e 39 do livro: “Odivelas - Uma viagem ao Passado” de Maria Máxima Vaz
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Mosteiro de São Dinis (II)
Com toda a clareza afirma D. Dinis que a obra é feita em “honra de Deus, da Virgem Maria e ainda de S. Dinis e S. Bernardo, por sua alma e de seus familiares e em remissão dos seus pecados”. Esta é uma razão não menos importante, considerando a mentalidade daquele tempo. Mas há mais um motivo e que, na minha opinião (2) terá sido o verdadeiro, ou pelo menos, o mais forte:
“O intento que El-Rei teve para recolher nele religiosas... foi, ao que parece, porque tinha duas filhas bastardas, que desejava acomodar no estado de Religião, e a esse fim fundou junto à corte de Lisboa, este mosteiro, na qual uma dela tomou hábito...
Que fosse esta a causa ao menos parcial de se fazer o mosteiro... não parece pouco conforme à boa razão. (2)
O próprio autor da “Monarquia Lusitana”, frade cistercense, é de parecer que é “conforme à boa razão”, ser esta uma das causas, senão a causa principal, da fundação do Mosteiro de Odivelas.
Se assim foi, como interpretar a história do urso, ao que parece, contada pelo próprio rei? Parece-me que seria difícil obter o monarca, a aprovação da Corte e, em particular, da Igreja e da Ordem de Cister, se declarasse abertamente que desejava fundar uma casa religiosa para nela “acomodar” as filhas naturais. Um milagre, era uma justificação que não comprometia ninguém, enaltecia o rei e agradava a todos. D. Dinis provou que, além de excelente poeta e trovador, era também um talentoso contador de histórias e ainda um diplomata de reconhecido mérito.
(1) – Frei Francisco Brandão, Monarquia Lusitana, V parte, p. 219
(2) – Ibidem, p. 221 v.
Fonte: Páginas 34 e 35 do livro: “Odivelas - Uma viagem ao Passado” de Maria Máxima Vaz
terça-feira, 31 de março de 2009
Mosteiro de São Dinis (I)
A história de Odivelas está intimamente ligada ao “Mosteiro de São Diniz” chamado vulgarmente de “Mosteiro de Odivelas”. Pois foi à sua volta que foi crescendo a vila... hoje cidade de Odivelas.
Várias são as histórias relacionadas com a sua edificação. A que se conhece melhor e que se tornou a versão oficial é a da sua ligação a um milagre.
“Conta-se que, saindo El-Rei à caça no termo de Beja, num local chamado Belmonte, pertencente à freguesia de São Pedro de Pomares, próximo da ribeira de Odiana, viu um enorme urso, já conhecido pela sua ferocidade, naquela região. O Rei segui-o a cavalo e, numa quebrada, a fera escondeu-se, perdendo-o El-Rei de vista. Quando passou ao seu alcance, o urso lançou-se sobre o cavalo, atirou o cavaleiro ao chão e, segurando-o entre as patas, em breve lhe tiraria a vida se não fosse a intervenção sobrenatural. O Rei apelou a S. Luis, Bispo de Tolosa, que o salvasse, e prometeu mandar construir um mosteiro se dali saísse com vida. Tão sentida e fervorosa foi a súplica, que logo o Santo Bispo lhe apareceu, lembrando-lhe que puxasse do punhal que trazia à cintura e matasse o urso, o que D. Dinis fez sem demora e assim se livrou do feroz animal. Satisfeito o pedido havia que cumprir a promessa, “porque palavra de Rei não volta atrás”. O Local escolhido para esta obra distava, cerca de duas léguas de Lisboa, no dizer do cronista (Frei Francisco Brandão in “Monarquia Lusitana”), e chamava-se Odivelas, onde ELl-Rei possuía uma quinta designada por “Vale de Fores”. (1)
(1) - Página 33 do livro: “Odivelas - Uma viagem ao Passado” de Maria Máxima Vaz
Várias são as histórias relacionadas com a sua edificação. A que se conhece melhor e que se tornou a versão oficial é a da sua ligação a um milagre.
“Conta-se que, saindo El-Rei à caça no termo de Beja, num local chamado Belmonte, pertencente à freguesia de São Pedro de Pomares, próximo da ribeira de Odiana, viu um enorme urso, já conhecido pela sua ferocidade, naquela região. O Rei segui-o a cavalo e, numa quebrada, a fera escondeu-se, perdendo-o El-Rei de vista. Quando passou ao seu alcance, o urso lançou-se sobre o cavalo, atirou o cavaleiro ao chão e, segurando-o entre as patas, em breve lhe tiraria a vida se não fosse a intervenção sobrenatural. O Rei apelou a S. Luis, Bispo de Tolosa, que o salvasse, e prometeu mandar construir um mosteiro se dali saísse com vida. Tão sentida e fervorosa foi a súplica, que logo o Santo Bispo lhe apareceu, lembrando-lhe que puxasse do punhal que trazia à cintura e matasse o urso, o que D. Dinis fez sem demora e assim se livrou do feroz animal. Satisfeito o pedido havia que cumprir a promessa, “porque palavra de Rei não volta atrás”. O Local escolhido para esta obra distava, cerca de duas léguas de Lisboa, no dizer do cronista (Frei Francisco Brandão in “Monarquia Lusitana”), e chamava-se Odivelas, onde ELl-Rei possuía uma quinta designada por “Vale de Fores”. (1)
(1) - Página 33 do livro: “Odivelas - Uma viagem ao Passado” de Maria Máxima Vaz
Foto 1 - minha / Foto 2 - retirada da internet
terça-feira, 24 de março de 2009
Estrada Odivelas - Senhor Roubado
quinta-feira, 12 de março de 2009
A ponte de Odivelas.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Jogo de solteiros casados (1976 ou 1977)
Este jogo foi disputado no Campo dos Padres no Lumiar (Escola Padre António Vieira)
Há nomes que já esqueci mas dos que me lembram... aqui ficam:
Em baixo e da esquerda para a direita: Serafim, Madruga, Artur, Familiar do Madruga, Eduardo Jorge, Jaime, Pepe, António Carinhas, Francisco Serra (meu tio) e Nicolau.
Em cima da esquerda para a direita: Edgar, Jorge, Taborda, David, irmão do "Caitas", Vitor, irmão do "Caitas", Fernando (Fanacha), Pedro, Zé, Vasco, António, Eu, Campos, Ti Manel Marinheiro (com o garrafão), António e Paulo Campos.
Foto Pessoal
Foto Pessoal
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
O Saloio
A figura do SALOIO, definido pela sua tez morena, estatura mediana, barrete caído no ombro e dedicado à faina agrícola, é o tipo característico do habitante rural dos Concelhos limítrofes de Lisboa. Descende, em termos históricos, do antigo moçarabe, o autóctone cristão que permaneceu nos campos depois da conquista muçulmana. Na realidade o termo «SALOIO» significa, na sua origem, em árabe, «Homem do Campo».
D. Afonso Henriques, ao conquistar Lisboa aos Mouros, em 1147, criou duas comunidades de Judeus e Mouros cujos bairros passaram a designar por Judiaria e Mouraria. Estes últimos, foram-se espalhando pelos arredores de Lisboa, dedicando-se à horticultura cujos produtos vinham vender à cidade.
Passaram a ser designados por saloios cuja origem é eventualmente da palavra árabe salahque significa oração. Como é sabido, a religião muçulmana obriga a que se faça preces 5 vezes ao dia. A repetição de salah é hoje considerada como a raiz da palavra saloio o que em português corrente significa homem rústico, pouco esperto, manhoso e aldeão em sentido prejurativo.
Os saloios povoaram as feiras e mercados da cidade com os vegetais e os frutos próprios da agricultura tradicional moura. Carregavam os alforjes e as cangalhas dos seus burros com os seus produtos. Também eram padeiros fabricando uma variedade de pão muito apreciada, que ainda hoje é conhecida por pão saloio.
D. Afonso Henriques, ao conquistar Lisboa aos Mouros, em 1147, criou duas comunidades de Judeus e Mouros cujos bairros passaram a designar por Judiaria e Mouraria. Estes últimos, foram-se espalhando pelos arredores de Lisboa, dedicando-se à horticultura cujos produtos vinham vender à cidade.
Passaram a ser designados por saloios cuja origem é eventualmente da palavra árabe salahque significa oração. Como é sabido, a religião muçulmana obriga a que se faça preces 5 vezes ao dia. A repetição de salah é hoje considerada como a raiz da palavra saloio o que em português corrente significa homem rústico, pouco esperto, manhoso e aldeão em sentido prejurativo.
Os saloios povoaram as feiras e mercados da cidade com os vegetais e os frutos próprios da agricultura tradicional moura. Carregavam os alforjes e as cangalhas dos seus burros com os seus produtos. Também eram padeiros fabricando uma variedade de pão muito apreciada, que ainda hoje é conhecida por pão saloio.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Carochia (III)
Uma das “passeatas” que eu mais gostava era ir... à “Carochia”. Este lugar tinha algo de grandioso. Tínhamos de subir “serra acima”... atravessando campos, riachos e fontes. Era o olhar a “perder de vista” e ver os coelhos que a toda a altura corriam na nossa frente assim como perdizes... tordos e outra “passarada” que tal. Aí viviam os avós do meu amigo “Zé Manel”. Lembro-me do “Ti Toino” e da “Ti Joana” que viviam “lá em cima” como que “ermitões” que raramente desciam ao lugar. Tinham vacas e terreno para cultivar tudo o que a “terra dava”. Junto à pequena casa havia um tanque que recebia a água de um nascente que ali rebentara. Esse tanque serviu-nos muitas vezes de “piscina”. A água era fria mas... a vontade de brincar ali dentro fazia esquecer a temperatura da mesma. Só de lá saíamos quando as mãos e os pés estavam “encarquilhados” do frio...
Depois de nos secarmos comíamos pão caseiro com queijo e um copo de leite com café que a avó Joana arranjava. Assim que acabávamos de comer... “ala que se faz tarde” começavam as “explorações” ali junto à Serra da Amoreira. Entre carrascos e silvas saltávamos de pedra em pedra e as aventuras sucediam-se à velocidade da nossa imaginação... e até que a noite se pusesse...
Do “Ti Toino” recordo a satisfação, estampada no seu rosto, de nos ver por ali a brincar. Vejo-o sentado num pequeno “mocho” (banco feito dum tronco de árvore), um pequeno bigode e a fumar o seu “tabaco de onça”... ou então encostado a um pequeno “cajado” a olhar o gado... um alentejano “desterrado” no meio da Serra da Amoreira ... para cá do Tejo ...
Mais tarde, já muito velhote, havia de regressar ao “seu Alentejo” e lá morrer...
Depois de nos secarmos comíamos pão caseiro com queijo e um copo de leite com café que a avó Joana arranjava. Assim que acabávamos de comer... “ala que se faz tarde” começavam as “explorações” ali junto à Serra da Amoreira. Entre carrascos e silvas saltávamos de pedra em pedra e as aventuras sucediam-se à velocidade da nossa imaginação... e até que a noite se pusesse...
Do “Ti Toino” recordo a satisfação, estampada no seu rosto, de nos ver por ali a brincar. Vejo-o sentado num pequeno “mocho” (banco feito dum tronco de árvore), um pequeno bigode e a fumar o seu “tabaco de onça”... ou então encostado a um pequeno “cajado” a olhar o gado... um alentejano “desterrado” no meio da Serra da Amoreira ... para cá do Tejo ...
Mais tarde, já muito velhote, havia de regressar ao “seu Alentejo” e lá morrer...
(Fotos pessoais)
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Carochia (I)
Hoje existe o Bairro da Carochia. Não há muitos anos haviam por lá "meia-dúzia" de pessoas a viverem nesses campos. Haviam vacas a pastar... mato... ribeiros... pássaros... gatos bravos...
A minha singela homenagem a duas figuras que conheci e que sempre me trataram bem... como os "alentejanos" sabem tratar: O Ti "Toino" e a Ti Joana.
As fotos foram-me cedidas pelo meu amigo de infância (e neto deles) José Manuel Gomes.
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