quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Coreto de Odivelas - I



A memória do povo de Odivelas, como a de todos os povos, não se esgota apenas nos grandes acontecimentos, mas completa-se com este ou aquele pormenor, como é exemplo o asuunto que nos propomos tratar – O CORETO – sobretudo pela ilacção que a sua feitura encerra, pois que resultou da deliberada vontade de pouco mais de meia centena de habitantes que tornaram possível a sua construção, por subscrição pública, num tempo de notórias dificuldades económicas.
Mas antes de divagarmos sobre o étimo CORETO.
Etimoçogicamente, é um diminutivo, significando “pequeno coro, coro para música, armado para festa de arraial”.
A Enciclopédia Italiana também focaliza esta caracteristica dimensional, mas relaciona o termo, apenas com o factor religioso “pequeno coro onde as pessoas podiam assistir à missa – nas igrejas – separadas por gradeamento”.
Lopes Graça atribui-lhe uma versão religiosa e outra profana, sendo a esta que se adapta o CORETO DE ODIVELAS “Tablado fixo ou provisório, que nas praças públicas se levanta para concertos musicais, geralmente das bandas civis e militares”.
Quanto ao motivo e à época em que aparecem os coretos, sabe-se que surgem nos finais do Séc. XVIII, mercê da transformação operada na sociedade de então, por influência da Revolução Industrial que favoreceu o desenvolvimento económico, trazendo novos hábitos às diversas classes sociais.
A época coincide com um alastramento do espirito cultural e associativista que se traduz, na parte musical que nos interessa, na fundação das Sociedades Recreativas e Musicais, com as uas Filarmónicas e Bandas, cuja existência se desenvolve a para da influência e da evolução das Bandas Militares.

Texto retirado de: “O Coreto” – Publicação da Junta de Freguesia de Odivelas (1997)

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