quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bom 2009!...


(Foto tirada no "monte" dos Bons-Dias... anos 70)



domingo, 21 de dezembro de 2008

Boas Festas!...


Também há Natal ao Fundo da minha Rua. Uma árvore bem iluminada como podem ver...
(Foto pessoal)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Casal Saloio de Vasco Santana.



Um dos maiores vultos do teatro e cinema nacionais construiu um casal na Serra da Amoreira. Referimo-me a Vasco Santana. O meu pai chegou a trabalhar na construção deste mesmo casal. Felizmente parece que não irá ser devorado pelo betão...


Fotos minhas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Neve na Serra.



Em 29 de Janeiro de 2006 nevou na Serra da Amoreira. Foi lindo porque inédito!...
(Foto retirada da internet)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Castro da Amoreira (II)


Durante alguns dos meus passeios pela serra, juntamente com o meu filho, descobrimos "restos" de um castro sobranceiro às Serra de Montemor e Serra da Amoreira. As fotos são de 2005 e hoje este sítio foi ocupado por prédios, dito "vulgo" construção (ou será que foi destruição?...)
 
(Fotos pessoais)




terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Castro da Amoreira. (I)


Descoberto pelo Prof. Joaquim Fontes entre 1910 e 1912 o qual recolheu na estação proto-histórica da Serra da Amoreira materiais do Paleolítico Inferior (Mustierense). Entre 1912 e 1915 o Prof. Vergilio Correia, ao fazer investigações no local, recolheu peças do mesmo período. O Arqueólogo/Geólogo Veiga Ferreira menciona a descoberta de um fragmento de cerâmica do tipo 'campaniforme' da Época do Cobre.
Em Janeiro de 1983, o estudante Carlos Valverde, ao recolher terra para vasos pôs a descoberto ocasionalmente um machado polido que mostrou ao seu professor de história e aos colegas de turma. Entre os colegas encontrava-se uma funcionária da Câmara de Loures que comunicou o achado ao Dr. João Ludgero. Tal descoberta serviu de base para uma pequena exploração efectuada em Julho de 1985, que veio a revelar fragmentos de cerâmica manual encontrados junto ao depósito de água, no topo da Serra da Amoreira exactamente no mesmo local do achado do machado.
No ano de 1985, aquando da inauguração do Museu Municipal de Loures a família Valverde cedeu o referido machado para ser exposto na área de arqueologia, este permaneceu no museu até 1986.
Em 1986 foi efectuada uma prospecção pelo Prof. Gustavo Marques e os seus acompanhantes, que veio revelar novas cerâmicas do mesmo período e resíduos de fabrico de instrumentos de silex.
Através do estudo de todos os artefactos até então descobertos Dr. Gustavo Marques concluiu que a estação da Serra da Amoreira estaria compreendida na Época do Ferro, no seu período inicial (Cultura de Alpiarça)em 1987 Dr. Gustavo Marques escreveu um trabalho sobre a estação da Serra da Amoreira "Aspectos da Proto-História do Território Português III- Castelo da Amoreira" (Odivelas, Loures), nele apresentou um breve catálogo de todo o espolio encontrado que compreendia objectos ou fragmentos que iam desde o período Paleolítico, Neolítico e Alpiarça.
Após todos estes acontecimentos que comprovavam o interesse histórico do local e após insistência das entidades governamentais da região o IPPAR (Instituto Português do Património Arqueológico e Arquitectónico) procedeu à escavação do local e ao estudo dos muros envolventes. Durante os trabalhos, foram descobertos mais dois fragmentos de cerâmica do tipo alpiarça.
O Castro Amoreirense pertencerá à época do Ferro sec.V a.C. de acordo com o estudo das muralhas, de uma via alpiarça e dos restos arquitectónicos descobertos.
Assim o Castro da Amoreira terá sido um acampamento acastelado, conforme testemunham as muralhas existentes, de onde a população agrícola era protegida e vigiada e onde se refugiavam em tempo de perigo. Deste modo o local apresenta uma grande importância estratégica.

Retirado de: http://www.odivelas.com/patrimonio/castro_amoreira.htm


A estação arqueológica da Serra da Amoreira situa-se no topo desta serra, ocupando uma posição estratégica. Essa situação terá sido relevante em alguns momentos da História das populações do actual território de Odivelas.
Os estudos ali realizados verificaram e recolheram vestígios das ocupações humanas do Neolítico final, Calcolítico final, Bronze final e Idade do Ferro.
Em 1997, através do Decreto n.º 67/ 97, o sítio da Serra da Amoreira é classificado pelo Ministério da Cultura como imóvel de Valor Concelhio.
Retirado de:
Fotos retiradas do site CMOdivelas

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Serra da Amoreira I


"Fonte dos Mouros"

Sempre olhei para a Serra da Amoreira com um misto de admiração. Olhava de “cá de baixo” e achava imponente aquele alto. Quando “miúdo” fui diversas vezes, com o meu pai, “serra acima” aos caracóis e apanhar “poejo”. Era sempre uma manhã de sábado diferente. Levantávamo-nos “bem cedinho” e, depois do pequeno-almoço preparado pela minha mãe, partíamos (munidos de sacos) em busca do nosso “petisco” domingueiro. Pela subida o meu pai ia-me chamando a atenção para pormenores, que aos meus olhos de miúdo, me passariam completamente ao lado. Eram ervas, eram pequenos nascentes, fontes, eram frutos bravios... enfim um “sem-número” de conhecimentos que ele me transmitia... fruto de vida vivida.
A Serra começava muito perto da nossa casa. A nossa caminhada começava sempre em direcção à Carochia (em breve um amigo de infância vai-me arranjar fotos desse lugar onde os avós viviam). Haviam coelhos, “gatos-bravos”, perdizes, codornizes, pintassilgos, tentilhões, pintarroxos, lugres. Hoje o que existe é uma “plantação” de cimento armado. Subsistem alguns coelhos “raquíticos”e alguns pássaros pequenos. A nossa primeira “paragem”, depois dos sacos já meios cheios, era exactamente na Carochia para bebermos “água fresquinha” da fonte. Continuávamos e subíamos ao alto da serra. Olhávamos para trás e víamos ao longe o Tejo e a Serra da Arrábida. Então enchíamos a “alma” com toda aquela visão e os pulmões com aquele ar puro.

"Torre de São João"
Regressávamos pelo “outro lado” da serra em direcção ao Casal de Santo António. Não sem antes passarmos pelo “castelo” (Torre de São João). A sensação que ficava era incrível. O almoço que nos esperava e depois a tarde para repousar da caminhada... e sonhar com os “mouros”...

"Casal de Santo António"
Fotos minhas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Moinho.



...Numa das minhas deambulações pela Serra da Amoreira captei (em registo fotográfico) este moinho de água, ainda em actividade.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A "ponte" sobre a ribeira em Odivelas.

Não se tratava bem de uma ponte mas sim de uma conduta de água para o Instituto de Odivelas.

As três fotos mostram as diferenças ao longo dos anos. Na primeira (principio dos naos 60... presumo eu) observam-se as antigas lavadeiras. A segunda (2005) só se já vê parte da arcada. Não sei se, o resto, caiu aquando das cheias ou do terramoto ocorrido nos anos 60. A última é de hoje e já não há ponte. Uma rotunda ligada a um viaduto sobre a ribeira.









Fotos: 1 (Arq.D.Lisboa) 2 e 3 (minhas).

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

As Quintas da Paiã


Hoje vamos um pouco mais para oeste do Concelho. Vamos até às quintas da Paiã. Outrora lugares de refúgio dos lisboetas...

Todo o vale da Paiã e a própria Freguesia da Pontinha faziam parte, no século XIX, da freguesia de Carnide. Toda esta área estava dividida em quintas e casais de que restam ainda algumas das designações iniciais (nomeadamente a Quinta do Enforcado).
As quintas eram parte da zona saloia, também chamada Termo de Lisboa, e os seus habitantes dedicavam-se à agricultura, vendendo depois os seus produtos nos mercados da capital (o Rio da Costa foi utilizado para o escoamento de produtos hortícolas).
Os arredores de Lisboa eram local de veraneio para as famílias burguesas da capital, dos séculos XVII e XVIII, onde passavam férias, convalesciam, vinham dar à luz.
Na Paiã, mais concretamente, foram edificadas várias capelas e ermidas, que deram muitas vezes nome às quintas em que estavam integradas.
Chegaram a habitar neste vale os frades de Rilhafoles. Em consequência do terramoto 1755 «a Paiã viu aumentar a sua população em cerca de quatrocentas pessoas que fugiam ao terror da destruição de Lisboa»
Com o passar dos anos, as quintas foram sendo abandonadas e passaram para a administração primeiro da Junta Distrital de Lisboa, agora do Governo Civil de Lisboa. Dada a sua vocação agrícola estiveram também sob a chancela da Escola Profissional Agrícola cujos terrenos cultivava e cuidava. Devido a isto muitos funcionários da escola passaram a habitar as casas das Quintas.

Quinta de Santo Elóy

Provavelmente o mais belo edifício dos que constituem o núcleo a que chamámos Quintas da Paiã.
Situado na confluência da Estrada da Paiã com a Estrada de Stº Elóy, esta quinta data de há cerca de 200 anos. Segundo um folheto da Junta de Freguesia da Pontinha a casa teria sido mandada construir pelo Marquês de Pombal, em consequência do terramoto de 1755.
O edifício, de traça neoclássica, conserva ainda hoje uma certa imponência. Os tectos da casa retratavam cenas campestres, o mesmo acontecendo como os vitrais das bandeiras das portas.
Aqui existiram grandes pomares de laranjeiras e nogueiras, havendo também uma horta e uma adega.
A casa foi utilizada como Enfermaria daí as divisões serem inicialmente poucas. Posteriormente foi dividida em quatro habitações, utilizadas por funcionários da Escola Agrícola da Paiã.
O adiantado estado de degradação da casa, visível na fachada, nos telhados, etc. parece agora irreversível…
Uma mais atenta observação parece indicar que a casa foi aumentada, uma vez que, se repararmos, a fachada não é uniforme: de um lado temos um friso de azulejos policromos, perto da beirada do telhado, , do outro uma barra em azul, algo desvanecida. Do mesmo modo, de um lado temos apenas janelas, do outro pequenas varandas com as guardas em ferro forjado. O mesmo se constata no telhado que não é uno.


Nota: Maio de 2008 – Trabalho dos Alunos do 1º Ano da Turma D Curso Profissional da Técnico de Gestão de Ambiente.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Povoados do Concelho

Nora 1961 - várzea de Odivelas

Muitos dos actuais habitantes do Concelho de Odivelas moram em zonas onde, outrora, se iniciaram pequenos povoados rurais. Grande parte dos mesmos desconhece o porquê dos nomes e o que anteriormente existia antes dos actuais blocos habitacionais.

“Da Serra da Amoreira ao planalto de Famões, há notícia de quatro pequenos povoados: a Ramada e a Amoreira são referidas por Raul Proença, no primeiro quartel do século XX; o lugar de Famões e de Trigache, aparecem nas Memórias Paroquiais de 1758, onde se diz que o lugar de Trigache tinha, na altura, mais pessoas do que Famões – 46 – e que neste último, habitavam, apenas, 44 indivíduos.
Nas terras altas que, de Nordeste a Oeste, cercavam a várzea (Odivelas), para além destes quatro núcleos, existiam algumas quintas e vários casais, onde se cultivavam cereais, oliveiras, laranjeiras, se apascentavam rebanhos e se criava gado “vacum”. Nos mapas do princípio do século (XX), assinalavam-se as quintas seguintes, de nascente para poente: Quinta Nova, Quinta do Alvito, Quintas das Peles (é hoje a Quinta dos Cedros, donde se fraccionou a Quinta do Avô Henriques), a Quintas das Pretas D’El-Rei e a Quinta das Dálias.
Os casais são mais numerosos: Casal Ventoso (hoje, Casal do Chapim, do nome dos últimos rendeiros), Casal da Paradela, do Carrasco, da Granja, da Carochia, das Queimadas, do Segolim, da Pedreira, do Saramago, do Casal do Abadesso e Casal de S. Sebastião.
A produção de cereais exigia lugares de concentração, para a tarefa da debulha, que se fazia em quatro eiras, situadas, uma, na Quinta Nova, duas, no Casal Carrasco e uma quarta, no Casal do Chapim.
A corrente, precipitada e impetuosa no Inverno, da ribeira de Caneças, os ventos fortes e constantes, na Primavera e no Verão, que sopravam no planalto, possibilitaram o aproveitamento da força da água e do vento, transformando-a em força motriz. Junto à ribeira, instalaram-se dezasseis azenhas e, das colinas da Amoreira ao planalto de Famões, ergueram-se para cima de três dezenas de moinhos de vento.
Desta intensa labuta restam hoje as ruínas de algumas azenhas e moinhos, três moinhos restaurados, o das Covas, na Ramada (datado de 1884), outro na Arroja e ainda o moinho da Laureana em Famões.”


In: “Odivelas – Uma Viagem ao Passado”
De: Maria Máxima Vaz



A mesma nora em 2008
Fotos:de 1961(Arq.M.Lisboa)-2008(minha)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

As Casas da velha aldeia

(velha casa na Rua Estevão Amarante)
A Ramada anterior à década de 1960, era uma pequena aldeia edificada de um lado e outro de uma antiga estrada que ligava Odivelas a Caneças, seguindo de perto a ribeira, no fundo do vale. Esta estrada passava sobre a ribeira numa ponte construída na base do monte e subia pelo Alvejar e Pedernais Norte, até à Ponte da Bica Aqui voltava a atravessar a ribeira em frente da Tomada da Amoreira. Este percurso era provavelmente mais antigo do que aquele que segue pela encosta e que hoje tem os nomes dos famosos aeronautas nacionais, Sacadura Cabral (Bons-Dias) e Gago Coutinho.
A estrada referida em primeiro lugar e a aldeia que servia, seguiam, contra a corrente da ribeira, de sudeste para noroeste, desde o ponto em que esta deixa de correr de Noroeste para Sudeste e passa a correr para Sul, para se juntar, em Odivelas, a outra que vem do vale da Pontinha.
A povoação era praticamente constituída por uma só rua, agora dividida em duas: Estevão Amarante e Aura Abranches. De cada uma destas saía para norte um caminho ou azinhaga que servia um pequeno número de habitações, construídas nas traseiras da rua principal. Afastadas desta rua havia, de um lado e do outro, algumas casas dispersas.
No primeiro quartel do século XX, todas as estradas eram de terra batida ou, quando muito, beneficiadas com pedra britada calcada precariamente por um “rebolo” , cilindro de pedra puxado por uma junta de bois. Eu andei por aqui em 1932 e l933. Ainda não havia nesse tempo, nenhuma estrada nova, um metro de asfalto que fosse, para aquém da Calçada de Carriche.
A Ramada teria menos de uma centena de casas, de um só piso, algumas das quais foram transformadas, na primeira metade do século XX, com o acrescentamento de mais um andar, e a utilização de telha “marselha”, como se vê ainda, sobretudo no lado norte da rua Estevão Amarante. A maior parte das restantes foram demolidas, para dar lugar a prédios de vários andares, em princípios da segunda metade do mesmo século.
A estas transformações escapou um pequeno número, que hoje, na maior parte, se encontra sem condições de habitabilidade ou completamente degradadas. Entre estas vêem-se ainda algumas cobertas com a velha telha de canudo. Diante da escola primária construída no tempo do regime anterior, estão ainda erguidas as paredes de uma construção robusta, com três portas e três janelas, seguida de um portão ainda em uso e continuada por um muro de pedra negra. No alto das paredes percebe-se, pelos restos de algerozes e beirados, que a cobertura era do tempo da telha de canudo. Apesar de ter três portas, parece tratar-se de uma só habitação, tanto mais que só uma das empenas tem encostada uma chaminé. A boa construção das paredes, o portão e o muro parecem indicar que foi ali a residência de alguém importante. Nas traseiras alonga-se, até à ribeira, um pedaço de terreno plano, que foi horta e pomar de um morador de posses acima da média. Ainda ali estão, viçosas, algumas velhas árvores de fruto.
A um canto deste aglomerado tipicamente rural, uma coisa nos espanta: Dois blocos habitacionais interligados, formando um angulo agudo, em que ninguém repara, parece um enigma. Quem alguma vez olhou para ali com atenção, já viu que se trata de um prédio com duas alas, uma das quais encostada ao monte cortado pela velha estrada. Entrando por um pátio já desabitado, onde houve diversas casas abarracadas, hoje meio destruídas, encontramo-nos no espaço que dava entrada à maior parte dos utilizadores do estranho edifício. Vemos ali dois conjuntos de quatro pisos de apartamentos, servidos por quatro chaminés. Há ainda uma quinta chaminé que parece indicar um aproveitamento exagerado, no topo do bloco da beira da estrada. Entre estas construções e a ribeira, perpendicular à ala do sul há ainda um outro corpo com apenas três pisos. Este, visto de longe, parece que teria ligação interior com o conjunto.. Encontra-se em estado de degradação acelerada.
Aqui deveria entrar a investigação, começando, por exemplo, por consultar, os arquivos do registo predial. A minha vista cansada de noventa anos de serviço, não mo consente. Mas não me fico por aqui. Apresentarei lá mais adiante o que se me oferece a este respeito.


Extracto de artigo escrito por: António Joaquim Mendes Cerejo – Morador da Ramada (90 anos idade)
(Escrito em Abril/2005)


(Patos na Ribeira da Ramada)
Fotos minhas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mesmo local há 40 anos...

Estas escadas permitiram a ligação dos Bons-Dias à Ramada (e vice-verso). Quantas vezes eu subi e desci estas escadas para ir à escola...
Se repararem a Arroja, ao fundo, eram só campos...
(1ª Foto retirada do Arquivo Municipal de Lisboa) 

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os primeiros habitantes... pré históricos


Não abundam as fontes históricas sobre o concelho nem sobre esta freguesia da Ramada. Tenho-me socorrido de vários trabalhos já efectuados por alguns historiadores e curiosos acerca deste assunto.
É o que acontece com este pequeno texto extraído do livro: “Odivelas Uma viagem ao Passado” da historiadora Maria Máxima Vaz.

“Dizem os arqueólogos contemporâneos que, nesta região, viveram os primeiros ocupantes de toda a região de Lisboa e que isso aconteceu, mais ou menos, há uns 500.000 anos. Consideram a bacia sedimentar do Rio Trancão o centro mais importante de povoamento da região de Lisboa.
Os cursos de água deste Concelho fazem parte da bacia sedimentar do Trancão e, por isso, podemos considerar que no, nosso solo, viveram os primeiros habitantes da região de Lisboa.
As várias estações arqueológicas aqui descobertas, levaram a essa conclusão, pelos materiais que nelas foram encontrados.
Entre 1910 e 1912, foi o Dr. Joaquim Fontes que fez aumentar o número das estações conhecidas, quando descobriu uma estação a que pôs o nome de Monte da Bica ou Serra da Amoreira, não estando ainda claro se é só uma estação ou se serão duas.
Mas a maior descoberta deste tipo foi feita por um homem que nem sequer era arqueólogo – o Senhor Francisco António Carlos Ribeiro, funcionário do Banco de Portugal. Era natural de Faro, onde nasceu, em 1889, e onde iniciou os estudos liceais, que veio a terminar no Liceu da Lapa, em Lisboa, no ano de 1908.
Em 1910, residia em Odivelas, de onde era natural a sua esposa. Tendo adoecido, durante a convalescença deu alguns passeios pelas proximidades, entre 1920/1925. Nessas caminhadas, veio a descobrir quatro dólmens em Trigache (referido também em:
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=1148 ; “Revista de Guimarães” e http://www.ipa.min-cultura.pt/pubs/RPA/v7n1/folder/05.pdf). Fez fotografias dos monumentos (uma delas acompanha este relato), desenhou as plantas, descreveu-os minuciosamente e escavou-os com cuidado, tendo encontrado numeroso espólio - cerâmicas partidas, lâminas de sílex, machados, enxós, núcleos, pontas de seta, placas de xisto antropomórficas, contas, alisadores e inúmeros micrólitos. Todos estes materiais foram catalogados e guardados em sua casa.
Quando faleceu, em 1951, o seu sobrinho e herdeiro, A. Ribeiro Ferreira, entregou tudo, incluindo fotografias e plantas, ao Dr. Octávio da Veiga Ferreira que, juntamente com a Dra. Vera Leisner, fizeram um criterioso estudo que veio a ser divulgado em várias comunicações e publicações da especialidade.
Destas antas, salvou-se o espólio guardado no Museu Geológico e as imagens que se devem a Carlos Ribeiro, seu descobridor, visto que os monumentos foram destruídos pela exploração das pedreiras que haviam no local.
Em 1963, o arqueólogo Gustavo Marques encontrou mais uma estação – o Casal Carrasco – onde recolheu alguns materiais, e o Dr. Renato Monteiro recolheu numerosos achados, numa estação que descobriu, junto do Moinho das Covas, na década de 80. (hoje está inserido no espaço da Escola Secundária da Ramada).”
foto que retirei do livro: "Odivelas - Uma Viagem ao Passado"

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Lavadeiras Saloias - 1925


Numa das minhas "pesquisas" descobri no site da Hemeroteca exemplares (digitalizados) de vários documentos. Dentre estes vim a dar com uma publicação de Agosto de 1925 do "Domingo Ilustrado". A capa é dedicada : "As Lavadeiras Saloias". o comentário de rodapé tem o seu "quê" de bucólico e refere:
"Junto da infeliz população das nossas cidades, uma outra gente portuguesa, mais livre e mais tranquila, vive e medra: O povo campesino e provinciano. A mulher saloia é um bom exemplo do trabalhador rural que apenas vem à cidade para o seu negócio."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mesmo local há 40 anos.


Nota: Rua Comandante Sacadura Cabral (estrada para Caneças) - no lugar dos Bons-Dias.
foto1 - Arq.Dist.Lx ; foto 2 - Minha

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ramada - 1924

(casinha que ainda existe - foto de 2005)


A Odivelas, Caneças, Loures, Cabeça de Montachique e Bucelas

Todas estas estradas partem do Lumiar.

A Odivelas e Caneças.
Carreira de camionetas, no Verão.

A estrada para Caneças segue sobranceira ao fundo vale do rio do mesmo nome, limitado pelo lado poente por uma série de colinas em cujos flancos cabras e novilhos tosam, coroados de moinhos de vento os cimos arejados.
Nesta nesga de terreno fértil, a água desliza por toda a parte. À esquerda o lugarejo da Ramada, apinhoando junto à corrente a sua modesta casaria, e de onde se tem, volvidos os olhos à retaguarda, uma linda vista de Odivelas com a sua quinta da Sra. Do Monte do Carmo, de viçosos arvoredos. Depois à direita, trepando a encosta, o povoado da Amoreira. Deve-se retroceder mais uma vez o olhar e contemplar o largo panorama que deste ponto da estrada se descortina. Vemos o vale do ribeiro, a Ameixoeira erguida num alto, e como fundo a serra da Arrábida, longínqua e diáfana, para além donde o vale do Tejo se cava sem ser visto. Mais além, e ainda à direita, vê-se num outeiro a Igreja de Montemor, acima e à esquerda da qual se distingue o Monte do Mosqueiro, com o seu sinal trigonométrico.


Guia de Portugal – Vol. I
Autor - Raul Proença
Fundação Calouste Gulbenkian

Nota: Texto integral que reproduz fielmente a 1ª edição publicada pela Biblioteca Nacional em 1924.



(Ribeira que corre na Ramada)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bombeiros Voluntários de Odivelas


Talvez muitos dos que moram em Odivelas não saibam onde foi o anterior quartel dos Bombeiros... nos anos 60.
Aqui vai uma foto em que se vê uma ambulância e um carro de combate a incêndios. A foto é de 1961 e retirei-a do "site" do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Ela não é exactamente assim. Tem um "toque de cor" que lhe dei...

"A Sede dos Bombeiros Voluntários de Odivelas funcionou como Quartel, numa dependência do antigo Convento de Odivelas, até Dezembro do ano de 1910, onde estava também instalada uma sucursal do Hospital Nacional e Real de S. José, em Janeiro do ano de 1911, passou para uma loja existente no Largo dos Bombeiros, junto ao actual Largo D. Dinis, onde foi celebrado um contrato de arrendamento entre a Associação de Bombeiros Voluntários de Odivelas e o senhorio, Sr. José Vicente dos Santos, com uma renda de : 'Mil seiscentos e sessenta seis reis', onde funcionou o quartel até ao ano de 1960, data em que foi demolido pelo seu proprietário. Nesse ano passou para uma garagem cedida pelo então Instituto de Odivelas, sita na estrada de acesso à Arroja, junto à Azenha Velha, onde ficou o Corpo de Bombeiros instalado ate ao ano de 1967, ano em que ficou concluído a construção do Quartel na Rua dos Bombeiros Voluntários, onde ainda hoje está instalado a sua Sede." - retirado do "site dos Bombeiros Voluntários de Odivelas.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Povo.

(Ramada - principio anos 60 / Arq. Mun.Lisboa)


Pelo que eram as casas poderemos deduzir quem eram os moradores da Ramada. Aquelas modestíssimas construções eram o lar dos numerosos moleiros que faziam rodar as velas brancas dos moinhos de vento, que formavam um semicírculo em torno da aldeia, desde o topo sudeste dos Bons Dias, continuando para Sul e depois, saltando para o alto da Arroja, voltando aí para noroeste até ao sítio agora conhecido por Pedernais Sul. Não é possível já saber quantos eram estes moinhos. Alguns já foram destruídos sem deixar vestígios, mas eram, com certeza, mais do que cerca de uma dúzia que ainda têm as paredes erguidas. Devia ser maravilhoso este panorama de velas brancas, rodando sobre o tapete verde das encostas.
A par dos moinhos terá havido também uma azenha, dificilmente duas como alguém quer. Parece que só a memória toponímica serve de apoio a esta suposição. Chama-se rua da Azenha à rua entre as traseiras da rua Aura Abranches e a ribeira. A referência toponímica “Olival da Azenha” não indicia a existência de tal engenho, porque ali não corria a água indispensável.
Além dos moleiros, moravam aqui os pequenos e alguns médios agricultores de conta própria, que semeavam cereais e legumes nas terras mais planas ou menos declivosas
e amanhavam as hortas nas quebradas ou em socalcos, junto da ribeira.
Tinham também aqui o seu tugúrio os trabalhadores de enxada, cavadores à jorna nas casas maiores, talvez alguns servos habituais do Convento de Odivelas.

Extrato de artigo escrito por: António Joaquim Mendes Cerejo – Morador da Ramada (90 anos idade)
(Escrito em Abril/2005)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cine Esplanada de Odivelas "ao fundo"...



Não gosto... nem nunca gostei... de saudosismos "bacocos". Estamos numa época de mudança e não se espera que tudo se mantenha igual. No entanto sinto alguma nostalgia por ver ser destruidas algumas das referências da minha juventude. Sobretudo quando estas são substituidas por outras de "valor duvidoso".
A Câmara Municipal de Odivelas enviou um comunicado de imprensa ao "Diário de Odivelas" no qual anuncia: "Devido às obras de requalificação da zona histórica da cidade de Odivelas, a partir do dia 10 de Outubro e durante um período de 5 dias, vai proceder-se à demolição da estrutura de betão, situada na Rua do Souto, de modo a construir-se o Parque de Estacionamento junto a este arruamento."
Requalificação histórica? Questiono-me eu...

Eu relembro aqui um pouco da "história que foi abaixo":

A Sociedade Musical Odivelense desperta para a magia do Cinema nos anos vinte do século passado, iniciando um processo que vai dar lugar ao primeiro Cinema em Odivelas.
As primeiras projecções cinematográficas decorreram numa sala cedida pelo Clube os Passarinhos, com sessões muito pontuais e de iniciativa privada.
Deste período inicial nada ficou registado sobre os filmes que foram exibidos. Porém, destas primeiras experiências cinematográficas resultaram dois factores: o fascínio pelo Cinema e a consciência de que esta actividade era altamente rentável. Assim, o espaço que o Cinema ocupa dentro das actividades da SMO vai sendo cada vez maior, transformando-o na década de 30 na principal actividade, lugar que vai ocupar até aos anos 70.
A partir 1931, com a edificação da Sede própria, a exibição de cinema ganha um carácter mais regular, registando-se a apresentação de Filmes como “A Maria Papoila “, “ A Aldeia da Roupa Branca “ ou “ O Ditador”.
As exibições efectuadas na sede, eram complementadas com as sessões de cinema ao ar livre, durante os meses de verão. Estas sessões inicialmente eram realizadas em espaços cedidos temporariamente para a realização da animação de Verão. Um dos primeiros locais onde foi projectado Cinema ao ar livre, foi no quintal do Sr. Antunes Branco, que no ano de 1938 o disponibiliza à S.M.O. Em 1956 o Cinema ao ar livre deixa de ter esta envolvência precária, com a negociação com o proprietário de um outro local, sito na
Rua do Souto, em Odivelas, o Sr. Valentim Duarte das Neves. É neste local que se virá a edificar a Cine Esplanada, cuja inauguração se efectua a 29 de Junho de 1956, dotando o Cinema ao ar livre de um espaço e vida própria.
O empenho dos órgãos dirigentes em desenvolver esta actividade de forma directa é visível no teor do ofício dirigido ao Sindicato Nacional dos Profissionais de Cinema, a solicitar que admitissem a exame “ … de segundo projeccionista o Sr. Sebastião Monteiro Freire …” , um dos directores da Direcção da Sociedade desse período.
A licença do título definitivo da exploração da esplanada como Cinema, só é atribuída pela Secretaria Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo em 1967, passando os odivelenses a dispor de uma sala de Cinema ao ar livre com uma lotação de 500 lugares.


Em: http://smodivelense.home.sapo.pt/

Comentários para quê?!...
PS - Foto do cartaz tirada do site da Soc. Musical Odivelense.



foto que tirei em 2005.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escola (2)... há 40 anos


De cachimbo na boca o "nosso" Professor Teixeira e os "seus" rapazes...
Desta "malta" há três ou quatro que ainda vejo. Por onde andarão os outros?

(Foto pessoal)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Escola.



Pode ser que "alguém", que por aqui passe, se reveja nesta foto. Foi tirada na Escola Primária da Ramada há uns bons “anitos” atrás. Ao centro em cima o nosso professor Teixeira.
A escola ainda lá está no mesmo sítio. Se pudesse “falar”... muito teria que contar...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ainda nos Bons-Dias.

Continuando ainda nos Bons-Dias os transportes eram escassos. A “Arboricultora” era a empresa detentora da exploração de transporte de passageiros. Os autocarros de Caneças para Lisboa eram espaçados no tempo. Bem como os de Montemor. Assim, quando havia que ir a Odivelas ou ao Senhor Roubado, e por qualquer razão não se conseguia apanhar o autocarro... ia-se a pé!...
Custava nos anos 60 (1$00 – 1 escudo para adulto e $50 – cinquenta centavos para uma criança) a viagem.
Para os “mais novos” era qualquer coisa como, ao custo de hoje em Euros:
- 1$00 equivale hoje a meio cêntimo. Ridículo não?!...


A primeira imagem - Rua Torcato Jorge (ao fundo da rua começava os Bons-Dias. À esquerda/cimo da foto a Serra da Amoreira) - Arquivo Mun. Lisboa (Anos 60)
A Segunda imagem - Autocarro da Arboricultora - (imagem cedida p/ amigo)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Lugar dos Bons-Dias

Por algum local tinha de começar. Assim sendo resolvi começar a escrever sobre o lugar onde vivo...
Há muitos que já sabem... outros se calhar nem tanto. Muitas vezes moramos em locais em que desconhecemos, por exemplo, o porquê do nome desse lugar.
Das poucas habitações que se construíram entre Odivelas e Caneças há uma pequena casa, junto à estrada principal, em que as pessoas passam quase diariamente e nem sequer reparam. Casa essa que terá, pelas minhas contas, mais de sessenta anos.
Essa pequena casa se pudesse falar muito teria para contar. Assistiu, durante toda a vida, à passagem de pessoas, animais e de veículos de toda a espécie.
Convém não esquecer que o norte de Lisboa eram só e quase hortas que haviam. Além de muitos moinhos de vento... casas muito poucas.
Lembro-me, em pequeno, de por ali passarem carroças. A carroça do “Ti Júlio” do peixe, a carroça do “homem do petrolino” (que vendia azeite, óleos, sabão, petróleo e outros), O “Ti Chico e a Ti Carlota” que vendiam leite à porta transportado por um jumento enfim... um “sem número” de personagens que por ali passavam.
A casa nada tem de especial que chame a atenção. A não ser uma pequena placa em metal esmaltado em que está escrito: “Bons Dias”.
Serviu durante anos de referência a quem por ali passava para cima e para baixo.
“-Segue na estrada e junto à curva dos Bons-Dias (casa)...”.
Era um modo de identificar aquele pequeno lugarejo que muito mais tarde chegou a ter uma placa identificativa com esse nome e que foi, não sei porquê, posteriormente retirada.
Um dia destes hei-de aqui colocar uma foto com essa placa. Não o faço agora porque tenho de a retirar dum filme que na altura fiz com a minha máquina de vídeo.
Para quem não sabia... eis a razão do nome do lugar dos Bons-Dias. Tão simples quanto este lugar...

(Fotos pessoais)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A história... possível.


Comecei, após os dois últimos artigos, a pensar num projecto que tenho vindo a pensar e a adiar há muitos anos.
Vivo neste lugar dos “Bons-Dias” há meio-século. Assisti a muita “coisa” e ouvi muitas histórias.
Aquilo a que me proponho fazer não tem a ver com saudosismos “bacocos” nem fazer reviver “seja o que for”. Vou tentar, e sublinho tentar, dar um retrato fiel, tanto quanto possível destas terras (Odivelas, Ramada, Bons-Dias, Caneças, Olival Basto, Póvoa Santo Adrião, Aires, Chapim, Pedernais, Serra da Amoreira, etc.), das suas gentes, do seu modo de viver.
É evidente que tudo irá depender de tudo o que conseguir reunir de pessoas mais velhas que tenham em seu poder fotos “antigas” ou relatos de “estórias” várias.
A esta distância é tarefa árdua a que me proponho fazer. No entanto o entusiasmo não me falta. Espero poder vir a contar com a ajuda de todos os que quiserem ajudar.
Eu tenho algum “material” que tenho recolhido ao longo de vários anos. É um principio de “caminhada”... que quero partilhar pelo simples gosto de partilhar.

Foto: Eu e os meus pais / Bons-Dias 1962

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fonte das Piçarras - Caneças


Bem perto de Lisboa fica Caneças. Vila considerada, outrora, de bons ares e boa água. Não admira que existissem bastantes fontes. Algumas delas ainda existem. Fontes essas donde se enchiam as famosas “bilhas de água de Caneças” que eram vendidas em Lisboa de porta em porta.
Ainda me lembro de ver camionetas, que passavam ao fundo da rua, “carregadinhas” de bilhas...

“A fonte das Piçarras foi construída em 1898, mas só em 1933 se autorizou a exploração e venda da sua água. Inspirada num dos mais emblemáticos monumentos nacionais, o Mosteiro dos Jerónimos, é uma evocação e exaltação dos elementos decorativos do século XVI. Possui um corpo avançado de estilo neo-manuelino, composto por três arcos canopiais que alternam com três arcos agudos que assentam em colunas com capitéis e fustes em espiral. Nas juntas dos arcos existem pequenas gárgulas com a forma de cabeças felinas. Na parte superior são, também, perceptíveis medalhões com representações de caravelas, da Cruz de Cristo, da Esfera Armilar e outros elementos decorativos revivalistas. A rematar esta arcaria, uma platibanda com pináculos espiralados. O primeiro arco canopial, do lado esquerdo é utilizado como pórtico a um escritório cuja fachada é decorada, na parte inferior, por albarradas e, no interior da fonte, temos uma parede de azulejos em alto relevo, com representações de índios, fauna e flora.”
In - http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=6908625

Sabes, já tenho casa em Caneças, é na situação e por acaso tem o feitio que eu tinha imaginado, e que eu havia indicado a meu pai e a meu irmão, que lá foram.

A minha nova pequena casa é tudo o que há de mais rústico e de mais pitoresco; da janela do meu quarto, estendo o braço, toco a rama dum pinheiro balsâmico e bravo. De roda tudo pinhais espessos e rumorejantes. Não fica na Caneças oficial, dos Hintzes e dos hotéis; fica longe, do outro lado das ribeiras e dos pomares, no sítio a que chamam O lugar d’além. Sabes quem fez esta minha habitação? Foi o próprio dono, mestre carpinteiro e marceneiro, à hora presente fabricando com mais 30 carpinteiros, numa grande oficina do Aterro, uma rica mobília para a princesa de Orléans. (…)"

Cesário Verde, 16 de Junho de 1886


In - http://canecas_odivelas.blogs.sapo.pt/5607.html

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O monte da minha infância.


Ao fundo da minha rua há um monte. Dantes havia uma "Fábrica de Mosaicos" e um moinho de vento. Hoje não existe nenhum deles...
Era lá no alto que eu, e os meus amigos, brincávamos aos indios e "cowboys".

Hoje no monte está um "placard" a dizer que brevemente irá ser ocupado por "betão"...
Foto pessoal dos anos 70 (Lugar dos Bons-Dias)-Ramada

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eu quero é viver!...

Achei...


Ao fundo da minha rua olhei para o chão e lá estava "ela"... bem "direitinha da Silva"...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Falas de civilização...


Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!


Alberto Caeiro
imagem:http://www.somosportugueses.com/mch/modules/icontent/inPages/fernando%20pessoa.jpg