quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Povoados do Concelho

Nora 1961 - várzea de Odivelas

Muitos dos actuais habitantes do Concelho de Odivelas moram em zonas onde, outrora, se iniciaram pequenos povoados rurais. Grande parte dos mesmos desconhece o porquê dos nomes e o que anteriormente existia antes dos actuais blocos habitacionais.

“Da Serra da Amoreira ao planalto de Famões, há notícia de quatro pequenos povoados: a Ramada e a Amoreira são referidas por Raul Proença, no primeiro quartel do século XX; o lugar de Famões e de Trigache, aparecem nas Memórias Paroquiais de 1758, onde se diz que o lugar de Trigache tinha, na altura, mais pessoas do que Famões – 46 – e que neste último, habitavam, apenas, 44 indivíduos.
Nas terras altas que, de Nordeste a Oeste, cercavam a várzea (Odivelas), para além destes quatro núcleos, existiam algumas quintas e vários casais, onde se cultivavam cereais, oliveiras, laranjeiras, se apascentavam rebanhos e se criava gado “vacum”. Nos mapas do princípio do século (XX), assinalavam-se as quintas seguintes, de nascente para poente: Quinta Nova, Quinta do Alvito, Quintas das Peles (é hoje a Quinta dos Cedros, donde se fraccionou a Quinta do Avô Henriques), a Quintas das Pretas D’El-Rei e a Quinta das Dálias.
Os casais são mais numerosos: Casal Ventoso (hoje, Casal do Chapim, do nome dos últimos rendeiros), Casal da Paradela, do Carrasco, da Granja, da Carochia, das Queimadas, do Segolim, da Pedreira, do Saramago, do Casal do Abadesso e Casal de S. Sebastião.
A produção de cereais exigia lugares de concentração, para a tarefa da debulha, que se fazia em quatro eiras, situadas, uma, na Quinta Nova, duas, no Casal Carrasco e uma quarta, no Casal do Chapim.
A corrente, precipitada e impetuosa no Inverno, da ribeira de Caneças, os ventos fortes e constantes, na Primavera e no Verão, que sopravam no planalto, possibilitaram o aproveitamento da força da água e do vento, transformando-a em força motriz. Junto à ribeira, instalaram-se dezasseis azenhas e, das colinas da Amoreira ao planalto de Famões, ergueram-se para cima de três dezenas de moinhos de vento.
Desta intensa labuta restam hoje as ruínas de algumas azenhas e moinhos, três moinhos restaurados, o das Covas, na Ramada (datado de 1884), outro na Arroja e ainda o moinho da Laureana em Famões.”


In: “Odivelas – Uma Viagem ao Passado”
De: Maria Máxima Vaz



A mesma nora em 2008
Fotos:de 1961(Arq.M.Lisboa)-2008(minha)

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