quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Serra da Amoreira I


"Fonte dos Mouros"

Sempre olhei para a Serra da Amoreira com um misto de admiração. Olhava de “cá de baixo” e achava imponente aquele alto. Quando “miúdo” fui diversas vezes, com o meu pai, “serra acima” aos caracóis e apanhar “poejo”. Era sempre uma manhã de sábado diferente. Levantávamo-nos “bem cedinho” e, depois do pequeno-almoço preparado pela minha mãe, partíamos (munidos de sacos) em busca do nosso “petisco” domingueiro. Pela subida o meu pai ia-me chamando a atenção para pormenores, que aos meus olhos de miúdo, me passariam completamente ao lado. Eram ervas, eram pequenos nascentes, fontes, eram frutos bravios... enfim um “sem-número” de conhecimentos que ele me transmitia... fruto de vida vivida.
A Serra começava muito perto da nossa casa. A nossa caminhada começava sempre em direcção à Carochia (em breve um amigo de infância vai-me arranjar fotos desse lugar onde os avós viviam). Haviam coelhos, “gatos-bravos”, perdizes, codornizes, pintassilgos, tentilhões, pintarroxos, lugres. Hoje o que existe é uma “plantação” de cimento armado. Subsistem alguns coelhos “raquíticos”e alguns pássaros pequenos. A nossa primeira “paragem”, depois dos sacos já meios cheios, era exactamente na Carochia para bebermos “água fresquinha” da fonte. Continuávamos e subíamos ao alto da serra. Olhávamos para trás e víamos ao longe o Tejo e a Serra da Arrábida. Então enchíamos a “alma” com toda aquela visão e os pulmões com aquele ar puro.

"Torre de São João"
Regressávamos pelo “outro lado” da serra em direcção ao Casal de Santo António. Não sem antes passarmos pelo “castelo” (Torre de São João). A sensação que ficava era incrível. O almoço que nos esperava e depois a tarde para repousar da caminhada... e sonhar com os “mouros”...

"Casal de Santo António"
Fotos minhas.

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