É digna de constar da monumental obra Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, de Anne de Stoop (Porto: Livraria Civilização, 1985)
Trata-se da Quinta do Barruncho que fica, algo dissimulada pelo arvoredo do seu frondoso parque, na Póvoa de Santo Adrião.
Revela-nos essa autora que "a quinta hoje conhecida pelo nome de Quinta do Barruncho chamava-se, noutros tempos, Quinta da Granja (da Paradela) ou Quinta da Nossa Senhora do Rosário, a quem tinha sido dedicada a capela. (...) A casa, construída por volta de 1700, teria sido uma comendadoria da Ordem de Malta, o que explicaria o tamanho imponente da capela. (...) A fachada da construção principal, que evoca um pouco o barroco dos países do Norte, é duma grande originalidade. Tendo por centro a capela, é sobrepujada por uma larga empena trabalhada, no cimo da qual fica uma cruz com um campanário de cada lado. No interior, a capela guarda ainda o famoso Senhor do Bom Princípio, magnífico crucifixo contemporâneo da construção do edifício. A arquitectura deste templo majestoso, um pouco austera, foi enriquecida mais tarde, por volta de 1740, com uma decoração de azulejos azuis e brancos de muito boa qualidade. (...) À direita, é ilustrada a célebre batalha de Lepanto onde, em 1571, as forças cristãs, comandadas por D. João de Áustria, esmagaram a frota otomana, ajudadas, entre outros, pelos cavaleiros da Ordem de Malta. (...) A evocação dum acontecimento histórico preciso é relativamente rara nas pinturas sobre azulejo (...)"
Retirado de: http://odivelasurbe.blogspot.com/2006/11/quinta-do-barruncho.html
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